sexta-feira, junho 30, 2006

Município de Palma no Google Earth

Pelo Google Earth é possível ver perfeitamente todo o município de Palma. Confiram.

Palma

Cisneiros

Cisneiros

Itapiruçú

Bilhete Loteria Federal

Nos anos 70, uma foto do armazém da CASEMG de Cisneiros ilustrou os bilhetes da loteria federal. Se algum leitor tiver este bilhete, favor enviar imagem para ser publicado no blog.

quinta-feira, junho 29, 2006

Curso de Datilografia

Por esta mesma época, 1983, Adelaide Guedes Amorim organizou um curso de datilografia que funcionava na sala de sua casa. Com sua luta, conseguiu máquinas e papel e muitos alunos aprenderam a datilografar gratuitamente.
Copiar 200 vezes

Este fato aconteceu por volta de 1983. A Adelaide Guedes Amorim exerceu o cargo de escrivã do registro civil e também inspetora de alunos na Escola São José. E exigia ordem para entrar na sala de aula e naquele dia a fila estava uma bagunça.
Como sempre acontecia começou a dar uma bronca em todos os alunos e de repente eles passaram a rir. Rir sem parar. A Adelaide ficou uma fera, mandou todos para as salas.
Minutos depois ela passou nas quatro salas e disse que todos sem exceção estavam de castigo e ao terminar as aulas teríamos de copiar 200 vezes: "Não devemos desrespeitar a inspetora".
Pensamos que aquilo seria somente ameaça, mas no final ela mandou trancar o portão e veio ao quadro e escreveu a frase e disse que poderíamos começar.
A aula terminava naquela época às 17:00hs. Copiávamos, copiávamos e parecia uma missão sem fim copiar aquela frase 200 vezes. Começou anoitecer e a Adelaide liberou somente os alunos que moravam na roça.
Ficamos ali, com os dedos doendo. Chegando às 19:00hs, liberou todos, mas que só entraríamos na escola no dia seguinte se apresentássemos a cópia completa.
Consegui concluir a cópia às 11:00hs da manhã, uma hora antes do início das aulas.
Apresentei minha cópia e por incrível que pareça, ela conferiu para saber se tinha mesmo a quantidade de linhas exigida.
Apesar disso, a Adelaide ficou na lembrança dos alunos como uma pessoa dedicada, justa, uma educadora nata.
Futebol

Em Cisneiros os campos de futebol mais conhecidos: o da Floresta, o da Fazenda Filinho Finamore e o da Ponte Preta.
A fé do povo de Cisneiros

Em Cisneiros existem duas igrejas: a católica, Nossa Senhora Imaculada Conceição e a evangélica, Congregação Cristã comandada por Josias Alves Gouvêa.
Os católicos continuam com a tradição das novenas de Natal, a procissão na Semana Santa e os terços nas casas. Há anos para a missa semanal o padre vêm de Palma.
Ponte ribeirão dos Monos

A enchente de 1979 destruiu muita coisa no município de Palma. A ponte próximo a Itapiruçú sobre o ribeirão dos Monos era de madeira e foi totalmente arrancada, não permitindo o tráfego.
Joaquim Batista Ferreira organizou uma comissão e com a contribuição dos fazendeiros e sitiantes prejudicados a ponte foi reconstruída. O mestre-de-obras, Manoel Costa, que fez muitos serviços e era morador em Cisneiros.
A ponte de concreto continua em bom estado até a presente data.
A estrada da fazenda Aliança

Quem vêm da antiga fazenda Aliança atualmente utiliza aquela estrada na beira do rio Pomba. Mas no tempo do Dr. Bernardo Cysneiro a estrada ficava mais no alto, no meio daquele morro onde ainda existem marcas.
Minha avó, Dona Turca, contava que a Dona Julieta e suas filhas vinham à missa em Cisneiros à pé por aquela estrada.
Jorge da Ilha e enchente de 1979

A enchente de 1979 ficou na história de Cisneiros como uma das maiores de todos os tempos. Após o ano novo até meados de fevereiro chovia praticamente todos os dias. Até mesmo o trem parou de circular devido a vários pontos da linha estarem alagados.
A produção de arroz quase toda perdida.
E pela rádio Cataguases a população ouvia preocupada as últimas notícias.
O Jorge da Ilha como contei num post anterior, morava sozinho naquela ilha e de lá não saía de forma alguma. A água invadiu sua ilha e mesmo assim ele queria ficar.
Jorge da Ilha estava em cima de uma árvore e o Sr. Manoel de Souza o resgatou de bote.

quarta-feira, junho 28, 2006

Cinema de Cisneiros

Sim, existiu um cinema em Cisneiros, da família Finamore. Ainda estou apurando melhor a informação para publicar.
Banco de dados

Este blog está crescendo a cada dia em volume de informações. E com a colaboração dos cisneirenses e palmenses, pretendo montar um grande base de dados sobre: geografia, história, política, fatos pitorescos, fotos atuais e antigas, famílias, economia, etc.
Ninguém é infalível e se o leitor descobrir alguma informação equivocada, mande um e-mail para que seja corrigida.
Agradeço a ajuda que estou recebendo: Ana Clara Fagundes Finamore Frederic (praticamente co-autora deste blog), Sidney Eduardo Affonso, Jaques Titonelli, Gilmar Barbosa e Adriana Fialho.
Panza

Esta família morou por muito tempo em Cisneiros e José Panza Neto foi prefeito de Garça(SP).

terça-feira, junho 27, 2006

Festa de São João
 
No início dos anos 80 muita conhecida a festa de São João organizado por Antônio Jacob, morador próximo da antiga linha férrea em Cisneiros. Em frente a sua casa era montada uma enorme fogueira, tinha batata-doce assada e quentão.   
Transportes

Até 1984 Cisneiros contava com o trem de passageiros que ligava a Recreio e Pádua. De ônibus, nesta época, existiam dois horários: um de manhã e outro à tarde e fazia o trajeto de Recreio a Palma. Em 1982 por um período ficou sem transporte de ônibus e o transporte de passageiros era feito por kombis.
Depois os ônibus voltaram mas ligando Coqueiros-Palma com os mesmos dois horários.
Por volta de 1987 é que passou a operar três horários por dia: manhã, meio-dia e à tarde.
O Hotel Fagundes

Este hotel funcionou por muitos anos em Cisneiros e o prédio situado em frente a praça Antônio Finamore e propriedade de Custódio Fagundes da Costa.
Ana Clara Fagundes Finamore Frederic conta que seu avô, Sílvio Fagundes quando garoto ficava na estação esperando os viajantes, para carregar suas malas e também ganhar um troco.
Pensão Dona Mulatinha

Tinha uma pensão em Cisneiros onde fornecia almoço e jantar para viajantes e principalmente funcionários da estrada de ferro. O local era pequeno e parte integrante do prédio que hoje é de Waldir Lima.

segunda-feira, junho 26, 2006

Ex-Ministro Maurício Corrêa morou em Cisneiros

O ex-ministro da Justiça, Maurício Corrêa, no governo Itamar Franco, quando garoto morou em Cisneiros, mas nasceu em Manhuaçú(MG) .
Seu pai Sr. Arthur Aarão Corrêa mudou-se para Cisneiros onde exerceu o cargo de tabelião e sua mãe D. Maria Garcia Corrêa, professora do grupo e era uma pessoa competente e lutadora.
Neste blog escrevo sobre o jornalzinho "O Jardineiro" criado conforme orientação da D. Maria Garcia Corrêa.
D. Maria Garcia Corrêa voltou a Cisneiros muitos anos depois e ao conversar com os moradores disse que este era seu sonho de muitos anos e seu filho Márcio, advogado, a tinha prometido de realizar, mas como ele havia falecido sua nora a trouxera de Brasília.
Atualmente, Maurício Corrêa está sendo cotado para ser candidato ao governo do Distrito Federal.

Este post foi escrito com a colaboração de Ana Clara Fagundes Finamore Frederic e Rosalina Maria Rôla Fagundes Finamore.


Teoria dos Seis Passos

Isto não tem nada a ver com a história de Cisneiros e Palma, mas resolvi escrever sobre este assunto pois é interessante.
O psicólogo norte-americano Stanley Milgram, em 1967, desenvolveu a teoria do "mundo pequeno" na revista Psychology Today, da qual qualquer pessoa no mundo está apenas a seis passos de distância de conhecer outra. Milgram na sua experiência usou voluntários de Nebraska e Kansas e conseguiram chegar a pessoas desconhecidas em Massachusetts usando uma rede de amigos, contatos comerciais e outras relações. Alguns acusam Milgram de ter forjado os dados para provar sua teoria.
Mesmo assim a teoria é interessante e como prova temos a internet e o site orkut.
Exemplo: se desejo conversar com o prefeito da minha cidade e não o conheço, primeiro procuro um amigo que pode não ter contato com o prefeito, mas conhece alguém e com isto temos dois passos. E assim vai, é o relacionamento de rede.
E usando os novos recursos tecnológicos a disseminação desta rede é cada vez maior. Eu mesmo, através da comunidade "Eu amo Cisneiros" e "Palma" tive contato com pessoas que de outra forma, seria muito mais difícil, ou quase impossível.
E destes contatos surgiu também este blog pela curiosidade das pessoas em conhecer a história de seus antepassados. No início trocando e-mail com Ana Clara Fagundes Finamore Frederic, perguntei se não tinha fotos atuais de Cisneiros. Ela respondeu que poderia conseguir. E de seu contato com o Sidney Eduardo Affonso em poucos dias conseguiu as fotos. Com isto foram dois passos até ter as fotos estarem publicados neste blog, nos posts anteriores.
E com a colaboração de diversos membros, estamos aos poucos escrevendo a história a muitas mãos.
Praça Antônio Finamore




A praça Antônio Finamore. Agradeço a Sidney Eduardo Affonso do Rio de Janeiro(RJ) que gentilmente cedeu a este blog as fotos e a Ana Clara Fagundes Finamore Frederic que solicitou e me enviou. Sidney é neto de Custódio Alves Affonso. Não deixem de visitar o fotolog de Sidney Eduardo Affonso, onde existem mais fotos de Cisneiros e Palma.

A Igreja de Cisneiros


A igreja Imaculada Conceição de Cisneiros após a recente reforma. Agradeço a Sidney Eduardo Affonso do Rio de Janeiro(RJ) que gentilmente cedeu a este blog as fotos e a Ana Clara Fagundes Finamore Frederic que solicitou e me enviou. Sidney é neto de Custódio Alves Affonso. Não deixem de visitar o fotolog de Sidney Eduardo Affonso, onde existem mais fotos de Cisneiros e Palma.
Casa dos Finamore e Fagundes

Casa de Filinho Finamore, na parte de baixo desta casa funcionou por muito tempo um posto de saúde.

Casa de Walter Finamore, onde antes ficava a casa de Josélia Pires


A casa onde mora a Dona Zezé Fagundes, ex-diretora da Escola São José

Casa de Filinho Finamore de lado

Casa construída por José Fagundes da Costa no topo da casa se vê as iniciais JFC

Agradeço a Sidney Eduardo Affonso do Rio de Janeiro(RJ) que gentilmente cedeu a este blog as fotos e a Ana Clara Fagundes Finamore Frederic que solicitou e me enviou. Sidney é neto de Custódio Alves Affonso. Não deixem de visitar o fotolog de Sidney Eduardo Affonso, onde existem mais fotos de Cisneiros e Palma.

Casa dos Pires



Acima a reprodução do timbre do papel de carta desta casa comercial que pertenceu a Adelino Pires, pai da professora Dona Josélia Pires, e uma das maiores que teve em Cisneiros e ficava naquela casa da esquina(já demolida), hoje a propriedade ainda é da família.

domingo, junho 25, 2006

Aventuras na estrada de terra

Quantas aventuras na estrada de Cisneiros a Palma. Em novembro de 1983 fui ao dentista e este se atrasou. Quando terminou o serviço já era quase 17:00hs. Saí correndo para não perder o ônibus. Corri muito mas mesmo assim não consegui alcançá-lo.
Esperei por uma carona que não apareceu. Então resolvi ir até Cisneiros à pé, tinha 14 quilômetros pela frente. Caminhava, corria e ia aos poucos vencendo a distância. Logo anoiteceu. Para cortar distâncias fui por alguns trechos pela antiga estrada de ferro, mas em alguns pontos tinha muito mato com espinhos e acabei me arranhando. Voltei para a estrada de terra e continuei quando vi que o céu estava escuro e em poucos minutos caia uma chuva.
Depois de três horas consegui chegar a Cisneiros. Encontrei na rua o Oliveira que tinha tomado umas e sabendo do acontecido ficou me chamando de "à pé".
Quando estudava em Palma íamos e voltávamos na kombi do Josias, dirigida pelo seu filho Joslei. Certa vez, tinha chovido muito nos últimos dias, e ao voltar a kombi agarrou naquele morro antes da fazenda do Filinho Finamore. Tivemos de descer e empurrar e ficamos com barro até os cabelos. As garotas que saíram na ponta dos pés não ajudaram, mas ao ouvir suas risadas, institivamente abaixamos e jogamos lama nelas e chegamos todos enlameados em Cisneiros.
Às vezes era engraçado, mas nem sempre.
Incorporação de Itapiruçú

O distrito de Itapiruçú foi incorporado ao município de Palma pelo decreto nº 374 de 13 de fevereiro de 1891, desmembrado de Leopoldina. Neste mesmo foi incorporado o de Cachoeira Alegre, desmembrado de Muriaé.
Estradas ruins

Na administração de Vinícius Finamore a estrada para Palma mudou-se para o mesmo traçado da estrada de ferro, encurtando a distância em 3 quilômetros. Esta estrada está em melhor estado de conservação.
Estive em janeiro passado e fiz de charrete, o trajeto de Cisneiros até o sítio do Retiro, passando por Itapiruçú. Muitos buracos e falta de escoamento da água das chuvas.
As estradas rurais já tiveram dias melhores. Embora em todas as campanhas políticas, este tema é debatido, passa ano e sai ano e pouca coisa é feita.
E estrada boa e conservada é o básico para que se pense em desenvolvimento.
Mário Simão

Cidadão palmense, de sangue libanês, teve em Palma por muitos anos uma loja que vendia jornais, revistas e discos. Inicialmente sua loja ficava na Rua Victor Ferreira e depois mudou para a rua de saída para Miracema.
Forte em suas opiniões, não agradava a todos, mas um amigo bom de papo.
Aqui fica esta lembrança à esta pessoa que de alguma forma contribuiu para a cultura do povo de Palma.
Estrada de Ferro Leopoldina

Entrei em contato com Ralph Giesbrecht, um estudioso das ferrovias brasileiras, e questionei à respeito de conseguir as plantas da construção, cronogramas das obras, entre outras dados. Ralph acha difícil de se encontrar pois pesquisou os arquivo no Rio de Janeiro, na Dom Pedro II e não encontrou estes documentos.
É uma pena que todas estas informações tenham sido perdidas.
Escola "Ártur Bernardes"

Tive o privilégio de estudar por três anos na Escola Estadual "Ártur Bernardes" , onde aprendi e fiz muitos amigos, que conservo até hoje. Onde encontrei professores capacitados e motivados: Geraldo Magela, Sérgio Santos, Gabriel, Maria Edith, Dadaia, Ernestina, Garibaldi e os diretores Sr. Ribeirinho e Dona Vera.
Os republicanos de Palma

Em posts anteriores foram transcritos integralmente vários artigos escritos por moradores de Cisneiros e Palma, publicados nos jornais da região. Nesta época a política era dominada por fazendeiros, comerciantes, médicos e advogados, principalmente, e embora o público fosse pequeno, não deixavam de expressar suas opiniões. Tudo isto reflexo das lutas anteriores que culminou na proclamação da República.
Embora em Palma, os fazendeiros fossem escravagistas, praticamente todos eram republicanos, tendo o Dr. Bernardo Cysneiro da Costa Reis, morador da fazenda Aliança, participado da fundação do Partido Republicano Mineiro, em 1888.
Os artigos muitas vezes usando pseudônimo devido ao motivo de que muitas desavenças serem resolvidas à bala.
Interessante observar que estes cidadãos tiveram uma boa educação, pois todos escreviam bem e analisando os textos percebe-se a agressividade verbal e a fina ironia.
Ainda a Questão das Divisas

Citei diversas vezes o decreto nº 287 de 13 de maio de 1843 que determinou as divisas de Minas Gerais e Rio de Janeiro, abaixo segue a transcrição completa:
"Tendo em consideração as duvidas que diariamente se suscitam sobre a verdadeira demarcação de limites entre a Provincia do Rio de Janeiro e a de Minas Geraes; e Querendo evitar os conflictos a que naturalmente dá lugar esse estado de incerteza: Hei por bem ordenar que emquanto a Assembléa Legislativa não resolver definitivamente sobre semelhante objecto se observe o seguinte:
Artigo 1º - Os limites entre a Provincia do Rio de Janeiro e a de Minas Geraes ficão provisoriamente fixados da maneira seguinte: Começando pela foz do Riacho Pirapetinga no Parahyba, subindo pelo dito Pirapetinga até o posto fronteiro á barra do ribeirão Santo Antonio no Pomba, e d'ahi por uma linha recta a dita barra do Santo Antonio, correndo pelo ribeirão acima até a serra denominada Santo Antonio e d'ahi a um logar no rio Muriahé chamado Poço Fundo, corendo pela serra do Gavião até a Caxoeira dos Tombos no rio Carangola e seguindo a serra do Carangola até encontrar a Provincia do Espirito Santo.
Artigo 2º - Ficão revogadas as disposições em contrario.
José Antonio da Silva Maia de Meu Concelho de Estado, Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios do Imperio assim o tenha entendido e o faça executar com os despachos necessarios. Palacio do Rio de Janeiro em 19 de maio de 1843, vigésimo segundo da independencia e do Imperio. Com a rubrica de Sua Magestade o Imperador. - José Antonio da Silva Maia. "
No ano de 1851 Miracema pertencia ao Curato de Nossa Senhora da Conceição do Laranjal, que pela lei nº 533 de 10 de outubro de 1851 foi elevado a distrito de paz, com os seguintes limites: o Ribeirão Santo Antonio no Pomba e por aquele acima até a serra do Muriaé, circulando as cabeceiras do ribeirão Capivara e o de São João, compreendendo as vertentes do córrego do Puri até o rio Pomba.
Pelo decreto de 1843 o estado de Minas Gerais perdeu toda a região que compreende hoje o município de Pádua e mais tarde o que hoje pertence à cidade de Miracema.

Fonte: Revista do Archivo Publico Mineiro - Fascículos I e II - Janeiro a Junho de 1903
Preservar o patrimônio de Cisneiros

A estação ferroviária foi demolida.
A casa próximo à ponte preta onde ficava guardado os equipamentos de manutenção também e hoje o espaço está ocupado com casas de moradia.
No outro lado do rio, perto do campo de futebol existia uma guarita com telefone e telégrafo, totalmente destruída e hoje só existe mato.
A ponte preta que pode ser conferida no fotolog de Sidney Eduardo Affonso, apesar de ainda imponente e linda, está em péssimo estado de conservação.
O armazém da CASEMG praticamente sem o teto.
É preciso preservar o nosso patrimônio!!!
Zequinha Roldão

Prefeito de Palma e chefe político do município de Palma por muitos anos.
A emancipação de Cisneiros

Durante os anos 50 Cisneiros viveu um clima de que seria possível sua emancipação a município. Wilder Finamore(Filinho) canditou-se a prefeito de Palma com esta plataforma.
Naquela época a fábrica de tabacos Wilder Finamore funcionava em Cisneiros e com a localização de ter o Rio Pomba às margens, a estrada de ferro ligando ao Rio de Janeiro com partidas diárias e ainda o armazém da CASEMG ocioso, vislumbrava-se que isto seria possível.
Isto não aconteceu e em seguida a fábrica de tabacos mudou-se para Juiz de Fora, os trens pararam de circular e o armazém da CASEMG está em ruínas como pode-se ver no fotolog de Sidney Eduardo Affonso.
Este sonho que naquele tempo era difícil, hoje tornou-se quase impossível.
Publicações de Palma

A Fundação Biblioteca Nacional, do Rio de Janeiro tem guardado em seu acerco duas publicações de Palma: "A Defesa" e "O Manifesto".

A Defesa: do meses de fevereiro, março, abril e maio de 1962.
O Manifesto: do mês de setembro de 1988.

É triste saber que no passado a cidade teve a publicação de outros jornais e foram perdidos.
Desmatamento

Este problema acontece desde o início da colonização há quase 200 anos. Pelo Google Earth é possível ver o município de Palma com muita riqueza de detalhes e um deles são as poucas matas existentes. Na época da colonização desmatava-se para plantar café em que baseou a economia do município por muitos anos.
Atualmente é para abrir novas pastagens e para fazer carvão.
É preciso conscientizar toda a população para preservar suas áreas verdes, pois disso depende o futuro das novas gerações.

sábado, junho 24, 2006

O PT na política de Palma

O PT disputou a eleição para prefeito de Palma em 1982 e não conseguiu eleger nenhum candidato, mas Maria Camilo de Cisneiros teve boa votação para o cargo de vereador.
Em 1986 mais articulado candidatou-se à deputado federal Paulo Ferreira, mas não conseguiu se eleger.
Geraldo Boroto exerceu o cargo de vereador por este partido e hoje ainda participa do comitê.
E um dos articuladores mais ativos do partido até hoje, é Niécio Drumond.
Padre Netto

O padre José Antônio Netto de Oliveira, jesuíta, nasceu em Cisneiros. Hoje é provincial em Itaici(SP). Mais detalhes.
24ª Exposição Agropecuária de Palma

Será realizado no período de 20 a 23 de Julho de 2006 a 24ª Exposição Agropecuária e Industrial de Palma.

Programação:

Quinta-Feira= 2º Festival de Bandas de Rock (6 bandas) - Encontro de Motociclistas
Sexta= Bandas Locais - Myllena e Banda de JF (depois Boite Itinerante)
Sábado= Bandas Locais - Wilson Sideral e Banda - Banda Álibi - Boite Itinerante
Domingo= Festa do Cavalo - Forró sem Nó
Reforma da Igreja

Fiquei sabendo que a Igreja Imaculada Conceição de Cisneiros passou por uma reforma. Quando tiver mais detalhes vou publicar aqui no blog.
Lembranças da Escola São José

Tenho boas recordações do período que estudei na escola "São José" de Cisneiros de 1976 a 1984. Até a quarta série tive como professoras: Dona Josélia Pires, Zelina, Lucélia e Aparecida Pinto. Da quarta até a oitava, foram várias: Ione, Fatinha, Madalena, Aparecida Simão, Rita, Nair e outras que não consigo me lembrar agora.
Lembro da Adelaide Guedes Amorim colocando ordem na escola, dando broncas para os alunos permanecerem em fila.
E das guloseimas que a dona Jotinha vendia na escola? Aquele canudinho de doce de leite é inesquecível.
E as serventes atenciosas: Ercília e Maria Pereira.
E não poderia esquer jamais da diretora Dona Maria José Rôla Fagundes, uma pessoa amiga, tranquila e que coordenou com firmeza a escola por muitos anos.
E este blog, sem dúvida, é resultado do que aprendi naquela escola.
Os guarda-chaves

Quem se lembra dos guarda-chaves que trabalhavam na estrada de ferro em Cisneiros na época em que ainda existia os trens de passageiros? Os últimos foram: Fabiano e Arino. Quando o trem chegava a estação de Cisneiros, os passageiros embarcavam e o guarda-chave ficava de prontidão. O trem dava ré, o guarda-chave mudava para o sentido de Pádua, e o trem partia.
Arino chegou a ter naquele terreno perto da ponte preta que na época era da ferrovia uma criação de garrotes.
As tradicionais casas comerciais

As casas comerciais mais tradicionais e que funcionaram por muitos anos em Cisneiros foram: Sr. Juca Salum, Sr. Jamil Salum, Antônio Pinto, Zizinho e Prudêncio.
Os bares: o do Zé e Geraldo Mariquinha e do Muri.
Com o passar dos anos muitos outros abriram e fecharam.
A venda do Sr. Juca Salum funcionou até 1980 e depois vendida à Samuel que depois repassou a dois filhos do João de Paula, sendo depois fechada.
A do Sr. Jamil Salum funcionou até alguns anos atrás, sendo administrada pelo seu filho Elias. O Sr. Jamil era uma pessoa muito simpática e chamava a todos carinhosamente de "neguinho". Atuou por muitos anos na política e foi vice-prefeito na administração de Luiz Gonzaga Teixeira de Barros.
Depois que o Sr. Antônio Pinto aposentou, sua casa comercial passou para seu filho José Guilherme que ainda à administra. O Sr. Antônio Pinto foi vereador por muitos anos e depois vice-prefeito.
A do Zizinho ficou sendo administrada por seu filho Jarinho.
O Prudêncio além de secos e molhados fazia-se aposta em jogos de loteria.
Farmácia do Evaldo

A farmácia do Evaldo Souza Lima têm história em Cisneiros e ainda funciona até hoje. Por muitos anos atendia e atende pessoas de Itapiruçú, visto que lá ficou sem farmácia por muitos anos. Evaldo sempre por dentro de todos os assuntos relacionados a política e economia do Brasil e do mundo. Ao atender o freguês, com toda a calma e paciência, emite opiniões e ouve com atenção as do interlocutor.
Antena de televisão

No final dos anos 70 e início dos 80 o sinal de televisão em Cisneiros era péssimo. Para resolver estas dificuldades instalaram uma antena que ficava no alto da fazenda Aliança. Melhorou muito o sinal, mas sempre apresentava problemas. Por volta de 1981 Sérgio, um funcionário da estrada de ferro e o Sr. Manoel de Souza fizeram uma subscrição para colocar um equipamento melhor e mais potente e que funcionou por muitos anos.
Naquela época pouquíssimas pessoas tinham televisão à cores, a maioria tinha em preto e branco, na maioria das vezes de 17 polegadas.
Quem não se lembra dos tele-vizinhos, principalmente na casa dos Finamore?
Questão de Limites-Relatório da Missão

Como publiquei no post anterior o relatório elaborado pelo Dr. Nominato José de Souza Lima, advogado em Leopoldina, na missão do Dr. Bernardo Cysneiro perante ao governo do estado do Rio de Janeiro na questão das divisas em 22 de agosto de 1897, foi publicado na íntegra pela Revista do Archivo Publico Mineiro - Fascículos I e II - Janeiro a Junho de 1903. Contém 253 páginas ondem são apresentados e discutidos as leis e a história da ocupação do território. O Dr. Nominato também se utiliza de muitos documentos, publicações e mapas.
Na página 204 falando da eleições e que cidadãos moradores, onde hoje se situa Miracema, em 1860, iam exercer seu direito político, visto que Palma era distrito, em Cataguases. E cita alguns: Deodato Mendes Linhares, Gabriel Alves Rodrigues, Joaquim de Araújo Padilha, Pio de Alvim e Silva, Marcellino Dias Tostes e Manoel Felisberto Teixeira da Silva. E formavam o 4º quarteirão do Meia-Pataca.
Em 16 de outubro de 1863 o conselheiro João Chrispiano Soares, tratando na questão de divisas no relatório enviado à Assembléia diz:
"Identica questão com a Provincia do Rio de Janeiro entre os municipios de Leopoldina e S. Fidelis, foi submettida em data de 10 e 20 de Outubro proximo passado ao governo imperial, de cuja decisão ainda pende."
O coronel Teixeira da Mota no seu relatório sobre estradas diz:
"Da Leopoldina a S. Fidelis. A construcção dessa estrada foi orçada pelo engenheiro H. Gerber em 630:000$000.
Conhecendo meu antecessor a vantagem de ligar ao littoral os centros productores desta provincia, e vendo ao mesmo tempo que as forças do cofre provincial não podião comportar um compromisso tão oneroso, tratou de animar um importante fazendeiro do municipio de Leopoldina a promover uma subscripção ou incorporar uma companhia, que viesse em auxilio de tão util empresa. Infelizmente não obtive uma resposta animadora".
O Dr. Nominato cita à página 211: "Ha inda um facto: a provincia de Minas manteve, a expensas proprias, uma Recebedoria no logar denominado Barra do Pomba, isto é, no ponto em que este rio se despeja no Parahyba."
Cita à página 219 que Miracema já existia em 1879 como parte do território mineiro e tinha importância. Pela lista de qualificação de eleitores de 1860 e em 1873 vê-se que Miracema é parte integrante de Palma. As autoridades de Palma sempre defenderam isto, tanto que Jeremias de Araujo Freitas, como autoridade policial, afixou editais sobre serviços a seu cargo e marcando audiência em Miracema. E afirma à página 220: "Sobre este incidente e muitos pormenores a respeito das questões de Miracema e ribeirão Santo Antonio, tratão os jornaes de Palma que desde o nº 18 a 35 offereço juntos ao grupo 3 letra D". Estes anexos não fazem parte da publicação da Revista do Archivo Publico Mineiro.
À página 247 é detalhada a questão da concessão de duas sesmarias que provam a ocupação de Minas destes territórios: uma foi medida em 30 de agosto de 1815 em favor do alferes Antonio Gomes Candido que tomou posse nesta mesma data e a transferiu ao tenente-coronel Manoel Felisberto Pereira da Silva em 26 de junho de 1847. Esta semaria pelo auto de medição é localizada à margem direita e foz do Ribeirão de Santo Antonio que desagua no Pomba e é a divisa legal entre Rio de Janeiro e Minas Gerais. A medição começou na foz dos dois rios e segui rumo norte atravessando a primeira linha nas alturas de das braças o Ribeirão Santo Antonio. A outra sesmaria foi medida à margem do córrego Areal, próximo a Santo Antonio em 01 de setembro de 1815, no ribeirão de Santo Antoniio e córrego das areias na quadra de outra sesmaria do desembargador Manoel Ignacio de Mello Souza e confrantando com primeira sesmaria citada.
À página 249 diz: "Minas administra pois o Rio Pomba e suas nascentes desde 1767 e bem assim os territorios do Muriahé e Carangola, a barra do Pomba e a margem esquerda do Parahyba desde 1814 conforme o decreto desta data que demarca limite entre este Estado e o municipio fluminense de Catagallo.
Quando Minas perdeu pelo decreto n. 297 de Maio de 1843 o territorio que era seo, e formou então Santo Antonio de Padua, Minas estava de posse da margem do Ribeirão Santo Antonio, não só em vista do que foi dito como ainda confere as cartas de sesmarias que ha pouco vimos, e portanto possuia todos os territorios dahi para cima à margem do rio Pomba".
O relatório é muito rico em detalhes e mesmo com a excelente missão desempenhada pelo Dr. Bernardo Cysneiro da Costa Reis, demorou muitos anos para todas estas questões serem resolvidas.

sexta-feira, junho 23, 2006

Dr. Nominato José de Souza Lima

O relatório apresentado na missão do Dr. Bernardo Cysneiro da Costa Reis em 1897 ao governo do Rio de Janeiro, foi elaborado pelo Dr. Nominato José de Souza Lima, advogado residente em Leopoldina.

quinta-feira, junho 22, 2006

Miracema

A região onde hoje situa-se Miracema foi palco de muitas disputas entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Desrespeitando o que foi definido em 1843, o governo do Rio criou em 26 de janeiro de 1880 o distrito policial de Santo Antônio dos Brotos, além de abranger os riachos Bonito e Barro Branco de Pádua, inclui diversas propriedades rurais pertencentes a Minas Gerais, conforme o mapa elaborado por Gerber em 1861.
Por deliberação de 09 de outubro de 1882 é elevado a distrito de paz e depois o nome é mudado para Miracema que em língua indígena que dizer "brotos". Em 11 de outubro de 1880 o governo fluminense permitiu à Companhia Estrada de Ferro Santo Antônio de Pádua a levar seus trilhos até Miracema.
Hidrelétrica Barra do Braúna

Há anos que existem histórias sobre a construção de uma hidrelétrica no Rio Pomba próximo a Cisneiros. Foram realizados vários estudos e chegou-se a cogitar a construção em vários pontos, inclusive próximo a Itapiruçú e com isto Cisneiros seria alagado.
A concessão de para construção, disposto na Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995, e no Decreto no 2.003, de 10 de setembro de 1996 prevê a construção entre os municípios de Laranjal e Leopoldina. No site do Sistema Cataguazes-Leopoldina existe o seguinte comunicado:

AHE Barra do Braúna recebe Licença de Instalação
A Cat-Leo CISE – Construções, Indústria e Serviços de Energia – recebeu a Licença de Instalação da Usina Hidrelétrica Barra do Braúna. O documento foi expedido pela Fundação Estadual do Meio Ambiente, através do Copam – Conselho Estadual de Política Ambiental e tem validade até março de 2009. A LI é que permite à empresa começar a construção da usina. Em correspondência aos prefeitos de Laranjal, Valmir Garcia Mendes, de Leopoldina, José Roberto de Oliveira, e Recreio, Fernando Coimbra, o diretor-presidente da CFLCL/Cat-Leo CISE, Zé Tunin encaminhou cópia da licença de instalação. Ele destacou que a usina hidrelétrica trará grande impulso e desenvolvimento para as cidades vizinhas ao empreendimento. Segundo ele, os investimentos previstos são da ordem de R$ 100 milhões, com a geração de 600 empregos diretos e outros tantos indiretos durante a construção, prevista para começar em 2007. A UHE Barra do Braúna tem capacidade de geração de 39 MW de potência.

De acordo com este comunicado, Cisneiros continuará existindo.
Fotolog

Sidney Eduardo Affonso do Rio de Janeiro têm um fotolog com lindas fotos de várias regiões, inclusive Cisneiros e Palma. E os comentários são fantásticos.
Não deixem de visitar.
História Geral do Laranjal

O padre Geraldo Mendes Monteiro de Laranjal publicou em 1986 o livro "História Geral do Laranjal", resultado de muitos anos de pesquisa, com a história das principais famílias e dos prefeitos. É citado as cidades e distritos vizinhos como: Cisneiros, Palma, Leopoldina, Cataguases e outros.
Não sei se a obra ainda é encontrada.
Vale a pena uma leitura!
Rua Dona Cecília Renault

Esta rua começa perto da serraria e vai até a Praça Antônio Finamore.
O nome é bastante antigo e a Dona Cecília Renault morou nesta rua.
Por que pesquisar e escrever sobre Cisneiros e Palma?

Quando estudava na escola São José e publicava o jornal "O Porta-Voz Cisneirense" certa vez pensei em escrever um artigo sobre a história de Cisneiros. Estive no cartório e conversei com Adelaide Guedes Amorim e a única informação que consegui foi o nome do fundador, Dr. Bernardo Cysneiro. Com poucos elementos, desisti e, nada publicado.
Em 1986 mesmo com pouco tempo pois trabalhava no sítio com meu avô, comecei a procurar. Escrevi muitas cartas para o Arquivo Público Mineiro, a Biblioteca Nacional e Arquivo Nacional no Rio de Janeiro e aos poucos fui coletando alguns dados.
Minha avó Turca contou-me muitas coisas que ouvia de seus pais e avós. Continuei anotando e, depois estive em Cataguases diversas vezes e por sorte naquela época estava sendo organizado o Arquivo Público da Prefeitura e Jorge Araújo coordenava os trabalhos. Seu apoio fundamental, pois a maior parte das informações que estou publicando, obtive com seu auxílio.
Pesquisar e escrever sobre Cisneiros é importante para preservar a memória e para no futuro as pessoas possam ter idéia do passado e saber de onde vieram suas raízes e como as coisas foram construídas.
Este blog é um pequeno passo nesta direção e com a colaboração de todos os cisneirenses e palmenses, e pessoas que gostam de Cisneiros e Palma, podemos escrever a nossa história.

quarta-feira, junho 21, 2006

Votantes do Capivara

Abaixo transcrevo a lista de votantes do 4º e 5º quarteirão do arraial de São Francisco de Assis do Capivara no ano de 1876, tirado do Livro de Lançamentos de cidadãos votantes. Este documento pertence ao arquivo Público da Prefeitura de Cataguases.
Pelos nomes dos votantes este quarto e quinto quarteirão ficava na região onde hoje é o distrito de Cisneiros, pois consta o nome de José da Costa Mattos, gerente da fazenda Aliança.

Votantes do Quarto e Quinto Quarteirão - 1876

Correio

O início da operação do correio em Cisneiros aconteceu no dia 11 de maio de 1883, no mesmo dia da inauguração da estação ferroviária.

Ao lado o certificado de envio de um ofício para a Assembléia Legislativa de Ouro Preto.

Assinou o recibo Januário Nunes, funcionário do correio. Nota-se que o local ainda é a Estação do Tapirussú, apesar do nome do distrito já ser Aliança.
As Minas Gerais

Este site tem informações de todas as cidades de Minas Gerais.
Procure Palma no mapa.
A festa de São Sebastião

Em Cisneiros a festa de São Sebastião é tradição há muitos anos, sendo realizado em janeiro ou fevereiro.
O interessante é que a padroeira da igreja é Imaculada Conceição e no entanto a festa é em homenagem a outro santo.
Se observar no artigo sobre a comissão para construção da capela, na primeira ata o santo escolhido para padroeiro é São Sebastião, mas no lançamento da pedra fundamental ficou Imaculada Conceição.
Será por este motivo que São Sebastião ficou com a festa ?
A administração Mário Celso e Lucinho

Em 1984 em Cisneiros várias obras foram executadas pela Prefeitura de Palma na administração de Mário Celso: a construção da Praça Antonio Finamore e eletrificação do bairro Campo.
O bairro Campo que fica na saída para Palma, até esta época, as casas não possuiam ligação de enérgia elétrica. A inauguração foi em julho e contou com a presenças de diversas autoridades entre elas: o prefeito Mário Celso, o vice Mário Lúcio Guedes(Lucinho), o vereador por Cisneiros Josias Gouvêa, entre outros.
A praça Antonio Finamore inaugurada em 08 de dezembro de 1984 teve uma grande festa onde estiveram presentes as mesmas autoridades.
A praça recebeu este nome em homenagem a este cidadão que muito lutou pelo progresso do distrito. Até hoje a família Finamore mantém fazendas e casas e sempre estão presentes nos eventos realizados em Cisneiros.
Lucinho assumiu após o falecimento de Mário Celso e deu continuidade nas obras e, realizou o maior anseio dos cisneirenses, o calçamento.
Costa Mattos

Nos artigos anteriores é muito citado o nome do Cel. Costa Mattos, importante chefe político do município que morou em Cisneiros, numa chácara próximo ao Rio Pomba, atualmente é onde fica as propriedades da família Vaz. O nome do Cel. Costa Mattos era Nicolau da Costa Mattos. Seu irmão o Major José da Costa Mattos, gerente da fazenda Aliança, na época em que o Dr. Bernardo Cysneiro da Costa Reis era proprietário.
A rua que vai para esta chácara, também conhecida por rua da Igreja, mas o nome correto é Rua Coronel Costa Mattos.

terça-feira, junho 20, 2006

Pedra fundamental da Capela Imaculada Conceição

Estes cartões de visita fizeram parte da pedra fundamental da Capela Imaculada Conceição de Cisneiros em 23 de maio de 1898, conforme pode ser conferido no post deste blog, sobre comissão para construção desta igreja.



Mapa do município de Palma - 1954-1958

Comunicação Telegráfica


O documento reproduzido acima encontra-se no Cartório de Registro Civil de Cisneiros. Foi enviado pelo subdelegado de Pádua para o subdelegado de Cisneiros em 05 de janeiro de 1892. Diz o texto da mensagem:

"Criminoso Anastacio cor fula, altura regular, magro, pouca barba, cabellos pretos, bons dentes, bem falante, que embarca amanhã ou depois, peço prender e remetter para Padua".

Logotipos antigos usados por empresas de Cisneiros




A origem do povo do município de Palma

A população de Palma é composta de diversas raças, como no resto do país.
A família Pinto foi a primeira a habitar Palma e vieram de Cataguases, sendo origem portuguesa.
Com a construção da ferrovia e povoação de Palma e Cisneiros vieram: portugueses, italianos, nordestinos, fluminenses, turcos, e libaneses. E também a presença de negros que eram escravos e após a libertação permaneceram.
A grande presença de fluminenses devia-se à questão da divisa entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Foram anos de disputa e no final Minas Gerais acabou perdendo Miracema, formada praticamente pelo mesmo grupo que povou Palma, onde o Coronel Firmo de Araújo tinha propriedades e exercia também influência.
A paróquia de São Francisco de Assis do Capivara por muitos anos pertenceu à Diocese do Rio de Janeiro.
Os denominações de Cisneiros

De 1874 a 1883 - Arraial Novo
De 1883 a 1890 - Estação do Tapirussú
De 1890 a 1892 - Aliança
De 1892 em diante - Cisneiros
Bar do Zé e Geraldo Mariquinha

Com certeza o bar mais antigo e ainda em atividade dos irmão Zé e Geraldo Mariquinha.
É ponto de encontro para tomar aquela cerveja bem gelada no quente verão de Cisneiros.
Nos anos 70 e 80 o picolé era de fabricação própria e uma delícia, principalmente os sabores de limão e amendoim.
Quem se lembra do prédio antigo ainda com o assoalho de madeira?
Obrigado ao Jaques Titonelli que lembrou em uma mensagem do orkut o bar do Zé Mariquinha e por isto resolvi escrever este post.

segunda-feira, junho 19, 2006

Família de Thiago Lacerda é de Recreio

O ator Thiago Lacerda que atuou em várias novelas da TV Globo passou muitas férias em Recreio, onde nasceu seu pai. Muitos membros da família Lacerda moram em Recreio, Leopoldina, Angaturama e Itapiruçú. Se quiser saber mais sobre a árvore genealógia entre no site http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=191&cat=Ensaios.
Altivo Linhares - Memórias de um Líder da Velha Província

O livro Altivo Linhas - Memórias de um Líder da Velha Província, escrito por Maurício Monteiro e publicado em 1986 pela Damadá Artes Gráficas conta toda a vida deste político miracemense e muita coisa sobre a vida de Firmo de Araújo, com depoimentos de Jeremias Freitas. Maurício Monteiro teve a colaboração na pesquisa do saudoso Waldir Freitas, grande conhecedor da polítca palmense.
História de pescador

Aroldo Alves Affonso conta uma história muito interessante, para ler http://eptv.globo.com/caipira/int_causos.asp?id=832
A população diminuiu

A população de Palma em 1900 era de 16.248 habitantes e em 2000 6.561 habitantes.
Política de Palma de 1912 a 1929

Após o assassinato de Firmo de Araújo, seus opositores tomaram o poder e neste período que vai de 1912 a 1929, o município viveu um verdadeiro clima de terror. A perseguição aos familiares e aliados do coronel prosseguiu por anos e, muitos que não morreram tiveram de fugir.
O governo do Estado tentou por vários anos acalmar os ânimos, mas de tempos em tempos algo explodia, voltando o clima de intraquilidade.
Apesar de ser criticado por usar a intimidação e a violência esta foi a única maneira de Firmo de Araújo permancer tantos anos no poder e seus opositores ao assumirem não fizeram diferente, tendo neste período sido assassinato o vereador da oposição Joaquim Fagundes da Costa, de Cisneiros.
Em 1913 os responsáveis pelo assassinato de Firmo de Araújo foram todos absolvidos. A alegação para o assassinato foi que o coronel dava proteção a diversos criminosos, principalmente ladrões de cavalos que atuavam na região de Muriaé. Mas o principal motivo era a influência por ele exercida na região, inclusive Muriaé, onde desempenhou diversas missões políticas à pedido do governo do Estado de Minas Gerais e com isto tinha muitos inimigos dentro e fora do município.
A tranquilidade no âmbito político começou em 1929 com a eleição de Antonino Barbosa de Castro e Silva.
Morreu José Augusto Ramiro

Recebi neste fim de semana uma notícia triste: o falecimento do amigo José Augusto Ramiro. Muito conhecido dos cisneirenses, havia voltado para a terra alguns anos atrás, depois de morar muito tempo no Rio de Janeiro.
Descanse em paz, José Augusto Ramiro!

Briga política pelos jornais da região

Outro artigo publicado pela Tribuna Popular de 25/03/1915 Nº 24 :

Secção Livre

Palma

A “Gazeta de Leopoldina”, de 16 do corrente em sua primeira pagina, inseriu um noticia referente ao resultado do pleito do dia 14 do corrente, n’este municipio, e, apregoando a victoria dos elementos politicos que obedecem ao bastão do ex-Deputado Brum, avança que um vereador e um Juiz de Paz eleitos, pertence á facção contraria ao cel. Costa Mattos.
Houve lamentavel equivoco da parte da redacção do diario leopoldinense. É demasiado sabido, aqui no municipio, não existir mais facção alguma chefiada pelo cel. Costa Mattos, si bem que o ex-director da politica de Palma, não seja tão máu com querem pintar seus gratuitos adversarios, ponto de lhe negarem o direito que assiste de prestigiar esta ou aquella corrente que dispute, aqui, as posições politicas.
A pensar-se assim prevaleceria ainda o direito da força e da compressão, felismente abolidos de nosso meio, pelo firme proposito em que está o governo em dar um paradeiro a tal estado de cousas. O cel. Costa Mattos, abandonando a posição de chefe em que sê manteve quase dois annos, o fez com honra e guadio, não podendo ser accusado pelo nobre gesto posto em pratica. Quanto ao pleito de 14, porém, nenhum interferencia n’elle teve o cel. Costa Mattos, salvo o ter ido a Cysneiros, onde é eleitor, dar seu voto ao cel. Bernardo Magalhães , candidato á vereança por aquelle districto, onde foi eleito por maioria esmagadora de votos. Mas o que se apura do noticiado da “Gazeta” é que ella mostra-se de toda infensa á politica d’este municipio, sob a chefia do cel. Bernardo Magalhães, a quem o governo do illustre dr. Delfim Moreira confiou a ardua missão de aqui em Palma procurar a congregação dos varios elementos que se debatem e consequente apaziguamento de animos para que o municipio pudesse entrar em um periodo de vida normal de que elle tanto se ressente. É isso que não agrada, não tanto á “Gazeta”, mas a alguns homens de Palma aos que parecem ter uma intenção occulta qualquer, sendo acconselhados á resistencia a todo o transe, para que não percam o bastão de mando que tanto lhes convêm para o trabalho material, sob cuja influencia agem politicamente. Do exmo. Dr. Delfim Moreira, segundo informações fededignas que nos foram ministradas, recebeu o nosso chefe politico de Palma, instrucções do modo pelo qual deveria agir. Consta-nos tambem que os deputados federaes Ribeiro Junqueira e Astolpho Dutra assumiram perante eminente presidente do Estado, solemne compromisso de não intervirem, directa ou indirectamente em Palma, deixando que o governo agisse como melhor lhe aprouvesse, no sentido de modificar a situação angustiosa do municipio. Se o dr. Astolpho Dutra tem respeitado integralmente seus compromissos, não se dá o mesmo quanto ao seu collega Ribeiro Junqueira, que por todos os meios e modos, especialmente pelas columnas da “Gazeta de Leopoldina”, incita constantemente os homens ingenuos de Palma á rebeldia, ao ponto de apregoarem estes o nenhum valor official das credenciaes conferidas ao cel. Bernardo Magalhães. É contra isto que protestamos, chamando para o caso a attenção dos altos poderes de Minas. É ainda a “Gazeta” do dia 16 que, apresentando o resultado das eleições municipaes de 14, dá como eleitos, d’entre seus amigos, um vereador por Cachoeira Alegre e um Juiz de Paz pela cidade, quando é sabido que por aquelle, districto o cel. Bernardo Magalhães não apresentou candidato algum, sendo seu nome alli suffragado com alguns votos, por iniciativa de um grupo de amigos seus, sem alguma interferencia sua. E, pela cidade, com o louvavel intuito de harmonia e pacificação elle recommendou o nome do sr. Antonino Barbosa de Castro e Silva, para o cargo de 3º Juiz de Paz e não Antonio Barbosa, como disse a citada “Gazeta” tendo aquelle declarado antecipadamente não acceitar o cargo, qualquer que fosse a origem d’onde partisse a indicação de seu nome. Por Cysneiros, sim, foi o cel. Bernardo Magalhães apresentado á vaga de vereador especial, o capm. Tancredo Souto, seu amigo, para a de 1º Juiz de Paz sendo ambos, eleitos por maioria esmagadora de votos.
Porque não se referia a “Gazeta” á eleição de Cysneiros ?
Não seria mais conveniente que os homens de responsabilidade na situação do Estado, notadamente na zona da matta, deixassem Palma em paz e entregue á nova orientação que vai imprimindo o nobre governo do Estado?
Pelo menos é mais humana do que a arcabuzeira, aqui iniciada há cerca de trez annos. Não há duvida; é muito mais humana.
C.Peão

Ainda briga política pelos jornais

Publicado pela Tribuna Popular Nº 28 de 18/04/1915

Secção Livre

Politica de Palma

Um “Estylete” pelas columnas da “Gazeta de Leopoldina”, de 6 do corrente, perdeu o equilibrio, e sem outro roteiro mais consentaneo com a nórmas de civilidade, embarafustou-se, enraivecido, pela vida intima do Cel. Jeremias Freitas, dando, também de rijo, no cidadão Targino Pereira da Silva, ambos delinquentes confessos, que, renegando o captiveiro, manifestam pela imprensa seu modo de pensar e de agir, relativamente á politica do municipio.
A tal ponto attinge a exigencia dos Joões das Regras, cá da terra, que nem ao menos admitem que uma pessôa qualquer, como fizeram os citados cidadãos, venha dizer pela imprensa o desenrolar dos factos politicos de PALMA!
Foi a propria “Gazeta” há alguns dias passados, que, pretendendo refutar allegações do humilde signatario d’esta, disse que tinhamos em mira, exclusivamente, intrigar seu illustre director com o governo do honrado Dr. Delphim Moreira, que por Palma tinha apenas fervoroso desejo de vel-a entrar em um periodo de vida honesta e laboriosa, de par com o mais rigoroso á Lei e ás autoridades constituidas.
N’este particular, a “Gazeta” disse tudo, nada tendo a accrescentarmos, pois é esse realmente o fim collimado pelo governo de Minas, que não mais pode tolerar o regimen de carabinas, de assaltos até aos comboios da “The Leopoldina Railway”, do cerceamento ou suppressão, emfim de todas as prerogativas de liberdade, regimen esse que constitue em sua essencia o programma do imaginario P.R.M. de Palma (extra-official), bem diverso, por certo d’aquelle que sabiamente vem dirijindo a politica mineira de há muitos annos a esta parte, o verdadeiro e fundo P.R.M.
Embora pouco se nos approveite, porque é chover no molhado, não concordamos com a allegação da “Gazeta” negando ou desconhecendo que ao Cel. Bernardo Magalhães fossem conferidos poderes para dirijir a politica de Palma, quando isso é notoriamente um facto consumado e testemunhado, não só pelo director da “Gazeta”, como por seu colega de representação, Dr. Astolpho Dutra, tendo ambos, assumido solemne compromisso de não intervirem n’este municipio, deixando livre ao governo agir como melhor lhe approuvesse, tambem no sentido de dar um paradeiro ao regimen de arrôcho implantado n’esta terra e pelo qual, da immodestia, não são responsaveis nem uma só das entidades attingidas pela “Gazeta” e pela lamina envenenada de “Estylete” exterminadora da reputação alheia! Nem ao menos a cortezia “Estylete” respeitar soube! Assim trata de Chico Valladares, o reputado advogado residente em Juiz de Fóra, ex-deputado ao Congresso Estadoal e ex-Chefe de Policia da Capital Federal, como se elle fosse um quidam!
Tambem ao Cel. Jeremias Freitas, - o republicano da velha guarda, - como é elle entre nós conhecido, não attingem, tão pouco, as estyladas de “Estylete” da “Gazeta” de 6. A bagagem de serviços do Cel. Jeremias Freitas, não só ao municipio, como tambem ao Estado, talvez pése mais que todo o material bellico em que se ampara o mercador gratuito de sua honra, incluindo todo seu estado-maior (de “Estylete”) . É um facto facilimo de provar, tão fácil quão facil é quebrar-s a ponta de “Estylete”, quando de encontro a um osso!
Ao cel. Jeremias Freitas, poucos excederam em operosidade, quando esteve agitada, há annos, a questão de limites entre os Estado de Minas e Rio. “Estylete” permutando seu instrumento por um lapis ou uma penna, munindo-se de papel e dirigindo-se a Bello Horizonte, ahi, rebuscando os archivos da alta administração do Estado, há-de forçosamente certificar-se quão cruél foi e injusto para com um dos mais velhos e devotados servidores d’este municipio. Faça isso, “Estylete”, muna-se, tambem, de ante-mão, de uma folha corrida do detractado, não sendo demasiado levar em seu poder uma recommendação do Cel. Bernardo Magalhães, afim de melhor poder transpôr os humbraes das repartições do Estado, e não se ver, porventura, na contigencia de ser vigiado pela policia, ser victima de um máu sucesso ou, então, regressar ás moscas. Quanto ao elemento politico, apresente-se em campo o Cel.Jeremias, que esse não he há de faltar. Bastaria só sua numerosa familia, cohesa e sempre unida, para a constituição de um poderoso contigente.
Mas é exactamente esta união, esta cohesão dominante no partido do Cel. Bernardo Magalhães que não é vista com bons olhos por “Estylete”, avesso como se tem revelado á ordem natural das coisas, á civilisação e ao progresso, emfim, do nosso municipio.
O Cel.Jeremias conquistou entre sua familia a posição privilegiada que ora occupa, de ser o mentor d’esta cohorte que é a familia Freitas, de honrosas tradições no municipio e não será uma Estylada das da ordem de “Estylete” mais digno de uma conserva de acido phenico, que faça ruir esse edificio, cimentado com criterio e tenacidade.
Relativamente á outra victima dos máus humores do “Estylete” – o cidadão Targino Pereira da Silva, - d’elle disse as verdades (até que enfim !) tratando com mais proficiencia do que diz respeito á sua vida intima, apenas com a differença de por despeito ou por inveja, salpicar (estylar) de pus os factos da vida adolescente de Targino, que, realmente, cultiva a arte culinaria, é musico, foi ajudante de pedreiro e, ultimamente, exerce as funcções de governante da casa do Dr. Promotor de Justiça da comarca.
Póde, tambem, tirar sua folha corrida (sem culpa, já se sabe, porque nunca esteve mettido em mashorcas ou tranquibérnias, pelas quaes a policia lhe pedisse contas. Targino é um modesto eleitor do municipio, mas de vida limpa, repetimos, e não suspeita: sua posição humilde talvez lhe saiba melhor que a dos que vivem no fausto e na ostentação, ainda com sobras ou fundo de reserva destinados ao exterminio da humanidade.
Não se falando de Jesus Christo, que a todos nós disse bem alto de sua humildade, a historia contemporanea, registra factos dos que, humildes no nascimento ou na juventudade galgaram elevadas posições e as desempenharam com galhardia: Lincoln, foi lenhador; Felix Faure, foi sapateiro, e lá vemos ns Grécia hodierna, um Venizellos, amado de seus patricios e universalmente conhecido que brotou das camadas inferiores.
Essa lista seria interminavel.
Não vale a pena, porém, alongal-a . E o venerando Cel. Jeremias Freitas, bem como Targino Pereira da Silva, naturalmente, subirão de cotação, porque as estyletadas de “Estylete,” por si sós, nada mais representam do que a base em que se estriba o imaginario P.R.M. de Palma, extra-official.
C. Peão
Palma, 9-4-1915
A briga política pelos jornais

Publicado em 25/04/1915 no jornal “Cataguazes”, nº 29

Secção Livre

Politica de Palma

Ao conspicuo Estylete

(Muitos homens persuadem-se que a verdade é aquilo que elles dizem e a justição o que elles fazem). Sabedoria, etc ...

Na “Gazeta de Leopoldina” de 6 de Abril de 1915, em correspondencia firmada pelo pseudonymo “Estylete” sou atacado na minha personalidade, bem como o Cel. Jeremias Freitas, quando, mas minhas cartas, tenho tratado, única e exclusivamente, de caso politico de Palma, jamais encaminhando, aliás procurando desviar a politica do terreno pessoal, em que “Estylete” a todo o transe a quer collocar. Não responderia, como a anonymos, mormente dos da especie de que se trata, eivado de pseudophobio agudo(medo morbido de qualquer coisa que não causa dôr nem molestia, mas que so desgosta, C. de Figueredo, pag. 380). Há casos, porém que podem mas que as Leis ...
Mas ... sabem os senhores que me leem, qual é o significado de “Estylete”? O mesmo C. de Figueredo, á pagina 567, diz: Estilête, m. (este m., parece-me, quer dizer masculino; mais eu penso ser Epiceno o Estylete, de que tratamos, por ser escripto com y,) instrumento de aço delgado e ponteagudo especie de punhal; instrumento cirurgico para sondagem de feridas, etc.
Eis ahi porque no desempenho de sua triste missão, “Estylete” desata a estilar C. de Figueredo, citado, pag. 567: ferir; espiaçar; torturar) a torto e a direito; não calculando elle na conta de ser repellente em que o tomamos, mais digno de figurar (e é esse o seu verdadeiro logar,) nos residuos hospitalares, dado o fim para que é destinado: para sondagem de feridas, por caridade! Perdoando o cacophaton, tambem,) pustulas malignas e congeneres. Diz, “Estylete” que sou pessoa muito conhecida n’esta cidade, aqui nascido e creado, empregado em misteres de cosinha, musico, etc e, por fim, lavador de cães! Ora “Estylete” eu não sei se trato de cães e cães! Nas minhas cartas, como acima o disse, tratei única e exclusivamente de politica e não da vida privada de quem quer que seja, como o senhor, agora, acaba de dar o triste e lamentavel exemplo envolvendo o prestimoso Cel. Jerimias Freitas, que só no conceito perfido de Estylete, é tido como triqueiro avançador,etc, sendo seu defeito único ter sido e continuar a ser o director espiritual da grande e honrada familia Freitas, d’este municipio: é o seu crime. Faça, pois, “Estylete” como eu: descubra-se; tire a mascara do anonymato e venha, de viseira erguida, discurtir pela imprensa o caso politico de Palma, não se immiscuindo na vida particular de quem ou por desfastio, ou pelo muito desejo que tem em se applicar a qualquer mister, procura não ser pesado á sociedade, muito mais nobre humanitario, por certo, do que andar a espingardear, no meio das ruas e por detraz das caixas d’agua, os incautos, aquelles que não se submettem ás arremettidas de truões (veja C. de Figueredo, pag. 654).
Assentou-lhe muito bem o pseudonymo “Estylete” e, de certo, como já terá padrinho de baptismo, lembro-lhe que, por occasião de chrisma, deve accrescentar ao seu lindo nome, o sobrenome de “Estilita” (ainda C. de Figueredo, pag. 567; anachoreta, que formava a sua cella sobre pórticos ou columnas em ruinas (o grypho é meu,) o que, então, ficaria ouro sobre azul, que mais condizia com a situação actual. Não concorda? Pois nada pagará pela lembrança; antes, concluindo, offereco-lhe esta quadrinha, que se destina a suavisar a agrura que, porventura, tenha notado na minha tosca mas sincera linguagem. Eil-a:
O “Estylete”, estilou! ...
(Pois é seu fado ... estilar !)
E á força de ... estyletar,
No seu estilo ... borrou!
Ite missa est.
E ... desculpe; mas vá comendo essa emquanto fica a cosinhar a outra, o seu mestre culinario e criado.

Palma, 7-4-915
Targino Peira da Silva

Mais um artigo de jornal

Publicado em 08/08/1915 no jornal “Cataguazes”, nº 45 :

Informações que nos foram ministradas e procedentes de fontes que nos parecem fidedignas, falam dos preliminares de um accôrdo, partido do Exmo. Snr. Dr. Presidente do Estado, entre os chefes das facções que em Palma se contendem politicamente. Tal accordo honroso para ambas as partes contendoras trará ao visinho Municipio reaes vantagens e a seus habitantes tranquillidade de espirito. A estes compete, sem vacillações, dar um paradeiro á vida anormal em que se encontra o Municipio. E, para conseguirem este desideratum, não há como deixar para segundo plano os interesses subalternos, cuidando antes do bem estar geral.
Nestas linhas deixamos os nossos votos para que se realise essa approximação, colocando os interessados directos pelos destinos de Palma um véo sobre seu passado inglorio para só cuidarem de lhe dar um presente bonançoso e um futuro promissôr, consentaneo com o direito que assiste a tal o visinho Municipio.

Ser ou Não Ser

O texto abaixo foi publicado no jornal “Cataguazes” na sua edição Nº 41 de 18 de julho de 1915. É uma alfinetada política que deve ter tido efeito na época. Hoje fica mais como registro histórico.

Ser ou Não Ser

Palma – versus jornal

Mil algumas attestão e algumas assignaturas heterogenas, em cumprimentos e felicitações, affirmão a circulação, nesta Zona da Matta, no tempo recente de dois Domingos apenas da “Cidade de Palma”, órgão assaz litterario (vide o adorno de sua plataforma a de fundo, de estylo grego e fórma troiana) politico (pelo mólde das maximas que transformando o inferno n’um caldeirão, induz as regras das sórte ás sociedades humanas) enigmatico pelo original dos annuncios, tal como: “Brevemente Comboio” ou tragedias na E. de ferro) noticioso (por accumulo das várias e effeito da questão “Campos Pinheiro”, única do nosso fôro) impulsionador (de obras e innovações, á força dos ideaes jacobinos, verbi gratia) e defensor acerrimo da pragmatica ... de Castela, tão subordinada á politica dominante, como fiel ás autoridades constituidas pelo governo(!) B. Magalhães, obras R. Soares, m. II, a 1915?
Caspité! Que sina a minha a de ter crítica as doutrinas vagas, neste mundo de Deus!
Bem sei que sou movido pelos decretos da providencia, a que estou sugeito; todavia tenho medo de que algum valiente me transmute em caranguejo, dando noticias minhas, perpetuando-me dest’arte a memoria em metamorphose!
O que me vale é que não sou superticioso e nem me importa crêr no que dizem e fazem os maus; pois como veem, nunca estou sosinho ... pondo-me a lér qualquer folheto, mal chego a tomar folego e a traduzir a logica consequente da deducções batem-me logo á porta uns conhecidos amphitriões! ... Neste instante, que singularidade(!) é o irrequiéto e literato Targino que me interrompe o doce fio dos meus pensamentos.
“Perdôa-me, Sabiá, (é como elle me trata) adivinhei que te encontrava a lêr uma farça, ou a rabiscar uma crítica ... tomo, pois, a liberdade de submetter á tua apreciação este meu soneto”.
Boa ideia! (depois que lh’o tomei e o li) Vou encaixal-o nesta chronica, que vae muito a proposito:
“Salve! Oh “Cidade de Palma”
Orgão de tramoias sociaes!
Depressa rompeste a calma
Do povo e dos lusos pardaes!
Sôa a crédo politico ...
Da ordem, da paz e progresso,
Nesses manejos do critico ...
Que a chorar impõe successo!
Penso já que ouço o berro
D’outro a morrer brevemente,
Alli ... na estrada de ferro!
São os membros que querem tragar
Os grãos ... que tentão certamente,
Do emprestimo ... a se tomar
Mal o acabava de colar, batia a linda plumagem o meu espirituoso interlocutor!
Parei um pouco, por haver perdido a rethorica que eu vinha impondo á orientação do jornal; tomo o chapeo e saio ... Que alegria! Encontro a alguns passos, o corcundinha que passava monologando:
“Faz coisa o sr. Redador ...
E a rir-se como um louco, apontando-se a epigraphe “Mulheres e Homens pequenos” do II numero, deixa escapar este versinho:
“Que horror, Santo Nome de Jesus!
Fallar das mulheres é o menos ...
“Pois muito mais soffreu Christo na cruz;
Mas que troça faz de nós pequenos !!
“E agóra, seu tachigrapho, batendo-me no hombro, para que não julgue que não é pêra, leia também “aggressoes” e verá que não é trêta (Despedimo-nos).
-Com effeito, eu estava de sórte, tudo borbotava a tempo para encher as minhas tiras!
Ipsofacio:
“Trême a terra; vulcões borbotão chamas.”
(Francisco Manoel do Nascimento.)
(obras, tom. VIII, p. 53) .
Mais adiante Aarão interroga-me:
“Que tentativa criminosa é essa que o jornal cá da terra, commenta, tão simploriamente? Não foi o Cel. Lucidoro Rodrigues Pereira, digno Colector Federal, a victima de Decio Barbosa?
E como é que essa gente - pinta a scena tão fácil e tão parcialmente?
Decididamente estão no mundo da lua, ou então os reporteres são cegos ou bisonhos!
Ninguem se conformará com o laconismo de semelhante periodico.
Ah! Se eu fosse jornalista!? ...
Effetivamente, elle tem razão.
A questão é de odio politico e são tão somente particular; ella prende-se aos destinos politicos do municipio, que uma pleiade do partido, em opposição, tenta arroja de anarchisar a força e fogo de cujos maus precedentes, ainda nos resta a má impressão do assalto feito em tempo a esta Cidade; as mashorcas de Cachoeira Alegre; o assassinato de José Francisco o ardil do recente triumpho da Camara, cujo presidente, o sr. Cel. Manoel Alipio de Andrade, ainda conservão de refem(!) alem de varias outras tentativas criminosas na pessoa do mesmo Cel. Lucidoro, acctivo funccionario publico, como defeito único de não militar na politica ao lado delles!
Encarcerar o pensamento humano,
Diz Guerra Junqueiro:
É ser malvado audaz e desumano.
E o abaixo assignado do impagavel Annibal, depois do primeiro insucesso do vice Flôres, a Belo Horizonte?
Relembra o C. Peão: “Já então andava na baiea ... era demittido o escrivão ... cujos amigos, para o alentarem, banqueteavão-no com cerveja, carne e pão! Depois, nova mercê ... era nomeada a Exma. Renê!
Brevemente, continua o escriptor, “Bodeiada” orgao suggestivo e mentôr do Cabiuna, cá da terra, trará a lume as allegoriaes do já fallado almanak ! ...
Como estás curioso, ouve leitor a introdução: Nós abaixo assignados e collocados na altura de um principio, queremos como chefe do municipio, o nosso esperto Flôres!
Cantão o Annibal e os taes:
É politico intransigente,
Por elle morremos de amores!...
Eu, de certo, e a nossa gente,
Faremos chefão o Nico Flôres! ...
Ao governo, pois apresentemos
O nosso Complot!
E aos “Bernardos” nós mostraremos
A sórte do Dó!
***
E se não vencermos emfim,
Nesta acção final,
Romperemos com o Delphim ...
De quem nos vem o mal!
É isto, pois a que veremos em pasquins(!)
Logo que voltarem os dois cherubins ...
(Da nova missão a Bello Horizonte.)
Côro da ultima hora:
Chegou, chegou, chegou,
Não há meia hora!
Trouxe o que levou ...
Na volta lá fóra!
Então, quêdo ouvindo harmonica,
Ponho termo á minha chronica!

BREVES DIAS

Dr. Bernardo Cysneiro em algumas datas

Data Nascimento: 28/01/1847

Natural: Pernambuco

Pai: Bernardo Tolentino Manso da Costa Reis

Matriculou-se: 02/03/1866

Colou grau de medicina: 16/12/1871

Tese de doutoramento: “Cancro do estômago” – Bahia, 1871

Falecimento: 11 de setembro de 1908

A Fazenda Aliança

Entre 1876 e 1878 o Dr. Bernardo Cysneiro Costa Reis comprou as partes de todos os herdeiros da Sesmaria Barra do Capivara e formou a Fazenda Aliança. Esta fazenda recebeu este nome e depois a povoação que originou Cisneiros em homenagem ao lugar em vivia a família do Dr. Costa Reis em Pernambuco que era o distrito de Aliança, município de Ipojuca.
Após a morte do senador a viúva Dona Julieta Magalhães da Costa Reis administrou a fazenda juntamente com seus filhos. Em 19 de junho de 1917 toda a fazenda foi arredanda a Glicerio Serra por um período de quatro anos com o valor de 1:500$000 (um conto e quinhentos mil réis) o ano, sendo pagos adiantados. Na escritura o arrendatário tinha a opção de findo o contrato comprar a propridade. Pelos documentos nota-se que todos os filhos e herdeiros do Dr. Costa haviam se mudado de Cisneiros e moravam em cidades como Miracema, Rio Pomba, Campos e Rio de Janeiro.
Em 24 de fevereiro de 1924 os herdeiros venderam a Fazenda Aliança para Francisco Emilio de Lima. A fazenda com tempo acabou sendo toda desmembrada, mas os herdeiros de Francisco Emilio de Lima ainda possuem uma propriedade.

O Jardineiro

Em setembro de 1951 começou a circular um jornalzinho de nome “O Jardineiro”, denominado “órgão das Escolas Reunidas de Cisneiros” e impresso na gráfica de “A Defesa” de Palma.
Os artigos eram escritos pelos alunos: Anália Bastos Guerreiro, Lúcia Henrique Arcanjo, Maria Aparecida Santos, Wanylde Finamore, Terezinha Antunes Fernandes, Rosalina Maria Rôla Fagundes, Maria José Antunes, Itair Corrêa da Silva, Maria Pereira, Romilda Gonçalves Pinto.
É noticiado nesta edição o falecimento do professor Antonio Fontes (existe um artigo sobre ele neste blog) no dia 21 de setembro de 1951 e pai da professora Araci Fontes.
É publicado também os alunos que conseguiram tirar o primeiro lugar no mês de agosto:
4ª série - Wanylde Finamore
3º série - Judith Fialho Fernandes
2ª série - Neuza Pinto de Oliveira
1ª série - Evaristo Geraldo Rodrigues, José Pacheco Antunes, Lourde Aparecida Gomes, Antonio Luiz Perassol.

Agradeço a Parisina que forneceu uma cópia xérox deste jornal.

Dr. Bernardo Cysneiro no Congresso Estadual

No dia 07 de abril de 1891 foi instalado o Congresso Constituinte do Estado de Minas e estava presente o Dr. Bernardo Cysneiro da Costa, que havia sido eleito e abaixo é reproduzido um trecho de seu discurso:

“Sr. Presidente, eu venho à tribuna para declarar a V.Exc. que não posso aceitar a emenda nº 6, substitutiva do artigo 91 do projeto de constituição, que manda fazer a eleição dos senadores pelo Estado.

A emenda nº 6 diz o seguinte: Art. A eleição dos senadores será feita por circunscrição eleitorais. Sr. Presidente, para mim uma das condições vitais da razão de ser do Senado é o alargamento do votos (apoiados) para evitar as impressões vivas das lutas partidárias, paixões e caprichos políticos, que devem ecoar mais de perto na Câmara dos deputados e chegar amortecidos no senado, por uma espécie de repercussão de prudência e de ordem. Nestas condições servirá o senado de para – choques entre as lutas apaixonadas dos partidos que se estremecerem na câmara dos deputados.

Ora sr. Presidente, sendo a eleição para senadores, feita por circunscrição, teremos no senado a política do campanário, o que será desvirtuar a nobre missão que lhe está reservada na sociedade política. (Muitos apoiados) Este argumento parece ao meu ver, de importância; e o que vou expôr é de grande alcance político por serem dogma da democracia. Peço licença, aos meus distintos colegas, com especialidade dos republicanos radicais, e o faço confiado na sua costumada gentileza para comigo, para lembrar as suas excs. que a lei suprema da democracia é a lei das maiorias.

Sr. Presidente, v. exc. Foi testemunha de como eu acompanho, de perto, com toda o interesse, com toda a persistência a questão da dualidade das câmaras, batida tão galhardamente pela pléiade fulgurante de talentosos republicanos radicais, sem prejuízo da homenagem que eu prestava às convicções e às crenças de tão nobres e ilustrados colegas. Entretanto desde que o Congresso decidiu na sua sabedoria que era necessária a criação do senado no Estado de Minas Gerais, não assistia mais o direito aos meus ilustres colegas, desobedecendo a lei das maiorias, do enfraquecer esta instituição; ao contrário deviam cobri-la de toda a força e todo o prestígio, fazendo com que o senador eleito pelo Estado pudesse representar a força e o prestígio da coletividade dos mineiros. (apoiados)

Eu folgo sr. Presidente, de dizer a v.exc. que na célebre sessão do dia 4 do corrente, a mais importante deste Congresso, fui comprimentado por diversos amigos e muitos deles republicanos radicais, contrários ao senado, dizendo eu que uma das minhas previsões já se realizara, isto é a maioria do senado, sustentando como fez, autonomia municipal correspondia a minha mais sincera esperança à mais arraigada e a mais convicta de que ele será na democracia mineira a arca santa das nossas liberdades!” (Muito bem! Muito bem!)

Fonte: Annaes do Congresso Constituinte Mineiro – 1891 – Ouro Preto – Typographia d’O Movimento.

“Cidade de Palma”

Encontrei referências a este jornal em ofícios e algumas colunas publicadas no jornal “Cataguazes”. Embora tenha procurado nunca consegui encontrar sequer um exemplar deste jornal. Isto não é de impressionar pois a maior dificuldade para pesquisar e escrever uma história completa é ter elementos e para o historiador isto é documentos de toda a espécie.
Quem sabe algum leitor deste blog não conheça ou tenha um exemplar ou saiba onde se encontra, pois gostaria de saber mais sobre o jornal “Cidade de Palma” que circulava por volta de 1915.

O asssassinato do Coronel Joaquim Antunes de Siqueira Lopes

O Coronel Joaquim Antunes de Siqueira Lopes, morador em um fazenda em Cisneiros, e bastante atuante na política da região, tendo sido também vereador por Laranjal. Saiu de Cisneiros no dia 08 de setembro de 1909 pouco antes das 06 horas com destino a sua fazenda que distava 2 quilômetros do povoado e em uma mata foi traiçoeiramente assassinado. Tudo indica que o crime foi por motivos políticos pois na época os candidatos apoiados pelo coronel em Laranjal e Itamarati os apoiados pelo coronel Araújo Porto. Teve divulgação grande nos jornais da região, principalmente pelas colunas do “Cataguazes”. Representou este jornal em seu enterro o sr. Joaquim Fagundes.
Deixou viúva e filhos. No município de Palma ainda existem muitos descendentes do coronel.

A Estação de Cisneiros

A estação de Cisneiros está a uma altitude de 124,934 metros. Sua posição quilométrica à partir de Recreio é de 19,433km. Pela ferrovia dista de Palma 11 quilômetros; de Recreio 19 quilômetros; de Itapiruçú 3 quilômetros; de Celidônio 7 quilômetros e de Paraoquena 18 quilômetros. A tarifa provisória de café para o Rio de Janeiro e Niterói partindo de Cisneiros custava em 1909 69$530.
Por que surgiu a Estação do Recreio ?

Em 1870 vários engenheiros exploravam o traçado do ramal ferroviário entre Porto Novo e Cataguases, procurando conduzir sua direção de modo a atingir o povoado de Conceição da Boa Vista, foram impedidos pelos proprietários da Fazenda São Mateus.
Este fato levou os senhores Francisco Ferreira Brito e Neto e Inácio Ferreira Brito a ofereceram para que o ramal passasse por suas terras e com isto em 1877 era inaugurada a estação de Recreio.

Cemitério de Cisneiros

Segundo depoimentos colhidos, Cisneiros já teve outro cemitério, que se localizava na Fazenda Limeira. Existem até hoje marcas, mas está totalmente abandonado. A Dona Natair de Carvalho disse que ali foram enterradas até pessoas de São Fidélis, no caso tropeiros.
O cemitério atual é no morro ao lado da Igreja Imaculada Conceição. Construído em 1892 por iniciativa do Capitão João Rodrigues Soares Justo e por ironia do destino, a primeira pessoa enterrada foi seu filho que nasceu morto e recebeu o nome de Manoel. O corpo deste inocente foi enterrado no local onde foi construído posteriormente o cruzeiro.

Termo de Bem Viver

Muitos são os comentários a respeito deste livro que existia nos distritos e paróquias para se fazer o controle da ordem pública.
O Juiz de Paz era a autoridade que exigia o Termo de Bem Viver das pessoas pouco recomendáveis e, que eram brigões, prostitutas, bêbados que estivessem pertubando a moral e os bons costumes.
Depois que a pessoa assinava este termo, ela ficava obrigada perante a justiça a não criar mais conflito. Se desrespeitasse, era punida de acordo com as normas previstas na lei da época.
Não consegui encontrar este livro no Cartório de Cisneiros. A única notícia que se tem dele é um processo movido contra Samuel que foi acusado de ser turbulento e obrigado a assinar o Termo do Bem Viver.

Paróquia do Capivara

O primeiro vigário do Capivara foi o Padre Joaquim Nogueira Penido, e o primeiro batizado registrado é de José, no dia 12 de outubro de 1851, filho de José Martinho Netto e Rita Candida de Jesus.
Em uma das páginas do livro de batizados, encontra-se a seguinte nota:
“Revisto por mim os assentos dos baptisados liveros e captivos deste Curato de São Francisco de Assis no lugar do Capirava; e muito louvando o aceio e zelo do Reverendissimo Cura; contudo recommendo ao mesmo, que os assentos dos baptisados sejão feitas com as competentes declarações de dia mez e anno, cor idade do recem nascido, e naturalidade dos pais; afim de satisfazer-se a exigencia do Governo, para declarações estatisticas e bem assim dos avós paternos e maternos conforme determina a Constituição do Bispado. Em visita, Capivara 2 de Outubro de 1853.
O Com.Arcip. Vig. João Carlos. Monteiro”.
Dinheiro falso

No cartório de Cisneiros existe um ofício, como abaixo vai descrito:

Delegacia de Policia da Comarca de Palma
Ilmo. Senrs. Subdelegado de Policia do Districto de Cysneiro
Tendo chegado ao conhecimento desta Delegacia que em poder de Hygino Jozé Nunes Carneiro actualmente rezidente na Fazenda do Cidadão Joaquim Antunes, desse Districto, acha-se uma notta reconhecidamente falça, do Banco Emissor de Pernambuco, e, não me sendo possivel ir pessoalmente fazer a respectiva aprehenção, devido a accumulação de serviço na séde desta Comarca, encarrego-vos deste serviço, esperando do vosso patriotismo e creterio o prompto cumprimento deste meu pedido.

Saude e fraternidade
Palma, 8 de Janeiro de 1893
Delegado de Policia em exercicio, Olympio Amaral
Subdelegacia de policia do districto de Cysneiro(Alliança), 10 de janeiro de 1893


Cidadão,
Em cumprimento da requisição constante do officio junto, que deverá ser por vós conselhado, cumpre sem perda de tempo vos dirijais á residencia do cidadão Joaquim Antunes e ali aprehendeis outrossim o cidadão Hygino Jozé Nunes Carneiro, em cujo poder ella se acha, por vir perante subdelegacia amanhã ás dez horas do dia em vosso cartorio prestar-lhe informação sobre a sua procedencia. Chamo vossa preciosa attenção para a circular junto, sob re. In.
Saude e fraternidade.
Ao ilustre cidadão Pedro Renault, M. M. Escrivão da subdelegacia de policia e juizo de paz de Cysneiro (Alliança).
O Subdelegado de policia,
Ildefonso Moreira de Faria e Silva

No verso deste documento:


Sciente. Braúna, 10 de janeiro de 1893
Hygino Jozé Nunes Carneiro


Não consegui localizar o depoimento tomado pelo escrivão. Embora a povoação estivesse iniciando, nota-se a observância da lei por porte das autoridades.
O espírito comeu a carne

Esta aconteceu em Itapiruçú há muitos anos atrás. Existia um cidadão conhecido por Zé Carreiro e exercia bem sua profissão e se orgulhava disso. Sua fama corria por toda redondeza. E com isso, Zé Carreiro arrumou uma amante: Joana, negrinha muito bem feita.
A família da amante praticava o candomblé, mais conhecido por macumba. Determinado dia, Zé é convidado para participar de um “trabalho”. Querendo impressionar os familiares da moça, aceitou.
Chegou o dia do “trabalho”, numa sexta-feira. O barulho dos atabaques era enorme e várias pessoas dançavam e outras entravam em transe.
Na cozinha estava sendo preparada uma macarronada, que seria servida no final. O cheiro estava bom.
Zé Carreiro saiu sorrateiramente da cerimônia e junto com seu amigo Antônio foram à cozinha e comeram toda a carne que estava na macarronada e jogando de volta à panela os ossos.
Terminado o “trabalho” todos foram jantar. Ao servirem a macarronada, notaram que tinha somente osso. Sem conseguir uma explicação plausível, a dona-de-casa, mãe de Joana disse: “os espíritos estiveram aqui e comeram toda a carne”.

OBS.: os personagens são fictícios, mas a história é real.
O roubo das espigas de milho

Um pequeno sitiante de Cisneiros vivia tranqüilo. Plantava milho e cuidava de umas vaquinhas.
Era novembro. Á noite, sentados à beira do fogão de lenha, conversava com seus dois camaradas, a esposa do sitiante aproximou-se e deu ordem para irem ao sítio do vizinho e roubarem espigas de milho para ela fazer uma papa, aquele saboroso mingau de milho verde.
“Vocês ainda tomam um tiro”, alertou o sitiante aos camaradas. Eles seguiram as ordens da patroa. Caminhavam naquela noite escura. Pensavam somente em saborear a papa quentinha e com canela.
Minuto depois voltaram carregando sacos de milho verde. Na cozinha cortaram e descascaram as espigas.
A papa ficou pronta e todos eles, até mesmo o sitiante saborearam a deliciosa papa.
Então chegou a época da colheita. O sitiante e seus camaradas, cada um com um balaio começaram a colher o milho. Em determinado trecho da roça só encontravam os pés de milho, sem nenhuma espiga. O sitiante ficou desesperado e começou a xingar: “ladrões, roubaram meu milho”. Os camaradas ouviam quietos. Ele continuou xingando até que um dos camaradas aproximou-se e disse de cabeça baixa: “Sua mulher mandava a gente roubar milho verde, mas gente com medo pegava na roça do senhor”.

Esta história é real.
Assombração

Você acredita em assombração? Eu nunca acreditei apesar de muitas pessoas inclusive de minha família contarem que os viram. Minha avó Turca contou-me que certo dia estava na casa de sua sogra à noite e começaram a ouvir gritos de crianças vindos do quintal onde estavam plantadas bananeiras. Sua sogra disse-lhe que eram crianças pagãs e chamou todos a sala para rezarem um terço pelas suas almas. Minha avó jura que a medida em que rezavam o choro foi diminuindo até que sumiu de vez.
Joaquim Batista Ferreira, meu avô também é cético a esse respeito. Ele conta uma estória ocorrida com seu tio Antônio Freitas que gostava muito ir aos bailes e ficava até a madrugada dançando valsas. Certa noite ao voltar para casa notou uma pessoa na garupa de seu cavalo. Desceu e pediu educadamente para o intruso cair fora. O intruso era um fantasma, uma alma penada. Continuou ali, como se não fosse com ele. Então, Antônio Freitas sacou de sua garrucha. Mirou no intruso e atirou. Seu cavalo começou a se debater e caiu morto.
Quando criança minha avó Turca ensinou-me que quando tivesse muito medo e vendo fantasmas, bastava rezar a seguinte oração do “Creio” que o medo desaparecia.
Outra estória contada pelo meu avô Joaquim dizia que Antônio, um conhecido vinha a pé de Palma com destino a Cisneiros à noite pela via férrea. Antônio notou que estava sendo seguido. Deduziu que uma alma de outro mundo o perseguia. Estava com sede e parou para tomar água numa bica. Ao tentar pegar a água com a mão viu a alma tampando o fluxo. Ficou sem tomar água e prosseguiu sua caminhada, e continuou sendo seguido. Antônio mais na frente parou na beira de um rio e com a mão pegou a água e disse desafiando: “agora quero ver você cercar toda esta água”.
Nos dias de hoje, muitas pessoas ainda acreditam em fantasmas, mas eles estão fora de moda. Na verdade, com o advento da eletricidade e com tudo claro à noite, eles num passe de mágica desapareceram.

sábado, junho 17, 2006

Sobre o blog

Já foi publicado neste blog muita informação sobre Cisneiros e Palma e ainda falta muito. Queria esclarecer que em alguns trechos coloco conforme a sintaxe e ortografia da época. Em outros casos, como artigos de jornais por serem mais extensos, estou usando as regras gramaticais atuais.
A utilização de jornais é usada para contrabalançar os pontos de vista. Como era uso na época usava-se uma linguagem empolada, cheias de elogios e prolixa. Mas o bom, é que é possível entender e compreender a época.
Espero que os leitores estejam gostando. Gostaria de receber críticas e sugestões de assunto e para melhor cada vez mais este blog.
Assassinato de Onofre Mendonça

Na estrada da Boa Hora há tempos existia uma cruz marcando o lugar onde foi assassinado Onofre Izalino Pereira de Mendonça, no dia 28 de dezembro de 1921.
A causa do crime foi o seguinte: Onofre conservava bem a cerca de divisa, mas seu confrontante Zica Bem era desleixado, fazendo com que seu gado passasse.
Num dia de festa na casa de Onofre, um terceiro(pessoa que cultiva a terra em troca de uma terça parte da produção) reclamou que ele não tinha condições de plantar, pois a criação de Zica Bem destruía tudo.
Onofre em tom de brincadeira, respondeu: “corta o pé da novilha”. Aconteceu que o terceiro cortou o pé da novilha e Onofre foi obrigado a pagar 2.500 contos de réis de indenização e ainda arcar com as despesas de cura da novilha.
Segundo depoimentos, apareceu na fazenda de Onofre um tal de Zica Norato, baiano, que pediu serviço. Nesse meio tempo, Onofre resolveu visitar sua filha Eremita, em Turvo.
Depois de elaborar os planos da viagem, resolveu passar pela Boa Fortuna, onde iria verificar se estava tudo bem com seus terrenos, e seu filho Waldemar iria de expresso para Palma e voltaria com a mula.
Nessa época, na Boa Hora, a estrada passava no meio de uma mata. No meio da estrada estava uma taquara impedindo a passagem do animal. Depois de descer para retirar a taquara, levou um tiro debaixo do braço e caiu morto.
Segundo suspeitas, o assassinato foi cometido por Zica Norato à mando de Zica Bem. O assassino levou os quatro contos de réis que Onofre carregava na algibeira.
Deixou os seguintes filhos: Leonidas, Gabriela, Eremita, Itamar, Waldemira, Euripes, Leonel, Noemia, Waldemar, Ary, Hildebrando e Onofre. Tinha 57 anos, natural de Santa Rita do Jacutinga e casado com Emilia Vieira da Silva.

Atualização em 16/02/2013: este artigo escrevi de acordo com o que minha avó Natair de Carvalho contava e também de uma pesquisa no cartório de Cisneiros em 1986. A família Vieira  era numerosa e eram parentes do Viera de Cataguases. Estou preparando alguns artigos sobre a migração desta família para a região de Palma e Cisneiros.
Os Renault

Esta família veio de Barbacena e Pedro Renault foi o primeiro escrivão do Registro Civil de Cisneiros. Proprietário também da primeira padaria. Contam que era uma pessoa bastante extrovertida e gostava de brincadeiras e uma delas era ir ao quintal e pegar porcos, frangos, cabritos fazer um excelente assado na sua padaria. E depois convidar o dono roubado para um jantar regado à vinho. Ao receber elogios pela boa refeição contava que o anfitrião havia coloborado fornecendo à sua revelia o prato principal. Ninguém reclamava e achavam até graça. E isto ocorreu muitas vezes.
Ponte da Rua Niterói, em Cisneiros

A ponte de concreto que existe até hoje na Rua Niterói sob o ribeirão Capivara foi motivo de muitas controvérsias. Normalmente a ponte era construído de madeira e com o tempo, as enchentes e o trânsito de veículos pesados a ponte se deteriorava. Encontrei uma correspondência da Câmara Municipal de Cataguases, com data de 08 de dezembro de 1877 que dizia o segunte:
“Foi officiado ao Dr. Costa Reis e Ildefonso Mora de Faria e Sª para em commissão orçarem e darem parecer a esta Camª sobre os concertos ou reconstrucção da ponte sobre o ribeirão Capivara, proximo a estação do Tapirussú. “
E no mesmo dia:
“Officiei ao Cap. João Antonio da Cta.Coimbra e José Carvalho da Costa pa. Em comissão examinarem e dar parecer sobre uma ponte no rio Capivara, se está na alçada Mal. e orçarem a mesma.”
Anos depois, o jornal “A Reacção” do dia 19 de janeiro de 1929, Nº 19, publicou à pagina 2 o seguinte:

PALMA
Distrito de Cisneiros

Recebemos a seguinte carta que publicamos, prazeirosamente afim do povo veja como são os chefes políticos de Cataguases, que não satisfeitos de enganar os crédulos desta terra, vão pregar noutra freguesia, prometendo a construção de uma ponte, no distrito de Cisneiros e da qual, depois da apuração das eleições, nunca mais se lembram:

Exmo. Srs. Redatores da “A Reacção” – Cataguases

Venho solicitar agasalho nas colunas do vosso denotado e brilhante jornal para as linhas que se seguem.
Como toda gente sabe, o Dr. Sandoval Azevedo é o mentor do partido dominante neste município de Palma, tanto que ocupa o lugar de presidente honorário do seu diretório central.
Pois bem. Há mais de 2 anos que os habitantes deste rico, mas infeliz distrito, tem empregado os maiores esforços para obterem do Governo do Estado a construção de uma ponte sobre o ribeirão Capivara, há poucos metros de distância da estação local, ponte essa cuja falta tem acarretado enormes prejuízos aos Srs. Lavradores que vem se na dura contigência de levar seus produtos para Miracema e outros lugares, quando ser-lhes-ia mais fácil e mais barato trazê-lo para aqui mesmo.
Ignoramos os motivos porque os poderes competentes ainda não se dignaram fazer esta justa aspiração do povo cisneirense.
Seja por isso ou por aquilo, o certo é que o tempo vai passando e a ponte vai ficando no esquecimento, apesar de se tratar de serviço, que não reclama grande dispendio de dinheiro.
Ora, o dr. Sandoval Azevedo, poderia bem ajudar seus amigos e correlegionários deste município, isto é, os chefes do partido situacionista, a sair dos apuros que se encontram pleiteando diretamente perante o Exmo Sr. Secretário da Agricultura a construção de tão útil e necessário melhoramento, transformando, assim, em realidade as promessas que andou fazendo por intermédio do “pau mandado” que enviou a Palma, por ocasião da apuração do último pleito eleitoral.
Agradecemos a publicação desta, devo acrescentar que devem ser aproveitados na construção da ponte que vimos de referir os serviços do operariado que trabalha na edificação do grande Armazém Regulador, que se acha quase concluído.
Cisneiros 10 – 1 – 1929 – Um fazendeiro

E a ponte de concreto que está em prefeito estado até hoje, foi construído logo depois da conclusão das obras do armazém.

Mapa Palma - 1976