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Josimar Salum na Folha de São Paulo

Evangélico brasileiro apóia McCain

FABIANO MAISONNAVE
da Folha de S.Paulo, em Boston

De um lado, a versão afro-americana de Lula misturada ao estilo de Fernando Collor. Contra ele, um Antonio Carlos Magalhães "cheio de cicatrizes". Marginalizados pela campanha presidencial americana, os líderes da comunidade brasileira do Estado de Massachusetts se dividiram entre pastores evangélicos que apóiam o republicano John McCain e civis que preferem o democrata Barack Obama.

Pela lógica, o aumento da repressão contra a imigração ilegal e a crise na construção civil --uma das principais fontes de emprego dos brasileiros aqui- empurrariam a comunidade para longe do colega de partido do presidente George W. Bush. Mas, para dezenas de pastores, como o mineiro Josimar Salum, os temas mais importantes são aborto e casamento gay.

"[McCain] crê nos fundamentos imutáveis de Deus. Um dos fundamentos imutáveis é a santidade da vida. Segundo, o casamento é uma união exclusiva entre um homem e uma mulher. Você tira esses dois pilares da sociedade e essa sociedade estará destruída", disse Salum, 45, na sexta-feira, durante um debate na rádio WSRO, da cidade de Framingham, cuja programação, toda brasileira, é dominada por programas evangélicos.

"O que adianta ser a favor disso tudo quando a gente não tem emprego, não pode planejar o futuro, não pode nem saber se pode ter filho?", respondeu o jornalista Eduardo de Oliveira, para quem o republicano é "uma versão americana, cheia de cicatrizes, do [senador baiano] Antonio Carlos Magalhães. É um coronel poderoso, que tem muita gente debaixo de sua asa no partido".

Salum, que descreveu Obama como "a versão intelectual afro-americana do presidente Lula com o estilo do Collor, porque é todo esporte, bonitão", não está pregando no deserto. Ele é o diretor-executivo do BMNET (Brazilian Ministers Network), influente organização que congrega cerca de 350 líderes evangélicos em Massachusetts. Desses, estima, cerca de 70% apóiam McCain.

Estudos recentes mostram que a comunidade evangélica é proporcionalmente maior entre os "brazucas" dos EUA do que no país natal. Entre os motivos estão a fraca estrutura da Igreja Católica no país e o acompanhamento de perto dos fiéis pelas dezenas de igrejas evangélicas em Massachusetts.

Há 12 anos nos EUA, Salum diz que, pela primeira vez, vê uma campanha presidencial ser debatida de forma intensa na comunidade, o que atribui ao aumento do número de cidadãos americanos. Recém-naturalizado, o pastor planeja filiar-se ao Partido Republicano.

Salum não quis arriscar quem ganharia as eleições dentro da comunidade, mas disse que trava uma luta desigual contra a Rede Globo, que tem uma grande audiência entre os imigrantes. "Todas as reportagens da Globo são pró-Obama. A comunidade evangélica fica sem acesso às informações sobre casamento e aborto."

Curso para candidatos

Um dos maiores núcleos de brasileiros, o Estado de Massachusetts (nordeste) tem população estimada entre 100 mil e 200 mil imigrantes. Estima-se que a ampla maioria seja ilegal ou ainda não esteja apta a votar, fazendo com que a comunidade fique politicamente "invisível".

"Nós não damos dinheiro às campanhas, não temos voto organizado e não votamos em bloco. Não temos nenhum mecanismo para expressar a nossa força", diz Carlos Eduardo Siqueira, 53, presidente do BIC (Brazilian Immigrant Center) e professor da Universidade de Massachusetts.

Para tentar reverter a falta de representação política, o BIC, fundado há 14 anos, criou um seminário para treinar potenciais candidatos brasileiros. Marcado para daqui a duas semanas, tinha apenas um inscrito até a última sexta-feira.

Filiado ao Partido Democrata, Siqueira é pessimista sobre mudanças legislativas favoráveis aos imigrantes num governo Obama por causa da crise econômica. Para ele, o democrata no máximo relaxará a dura política de deportação implantada pelo governo Bush.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u463331.shtml

Data: 03/11/2008 - 08h13

Comentários

Anônimo disse…
adorei conhecer seu blog.Sou de Cisneiros e amo aquele lugar apesar de todas as dificuldades vividas lá sou a Helia filha da Lia e do Valdemar.

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