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Mostrando postagens de setembro, 2006
Quatro meses: fim de uma etapa Esta semana o blog vai completar quatro meses. Neste período escrevi, descobri e recebi a colaboração de muitas pessoas. Tenho certeza de que o trabalho foi além do que imaginava que seria possível. Daqui para frente só escreverei de vez em quando, podendo retornar se conseguir material inédito. Com a falta de assunto, passamos a repetir e isto não é bom. O importante é que muita coisa sobre Cisneiros, Palma e Itapiruçú está na internet. Obrigado a todos pela colaboração!!!
Dondoca's A Ana Cristina que participa da comunidade "Eu amo Cisneiros" faz acessórios e os vende na PUC-Rio e outros lugares. Saiu até uma matéria na VejaRio na coluna Boas Compras . Existe também um site .
A origem dos nomes: Palma e Cisneiros Foi dado o nome à cidade o nome de Palma por existirem várias palmeiras na rua onde foi instalada a prefeitura. Segundo a etimologia "palma" da mão originou de palmeira, pois a mão aberta e com o dedos esticados, se parece com uma palmeira. A palavra palmatória, significando o instrumento de punição muito usada nas escolas antigamente, vem do latim, onde "palmatoria", significa palmeira. E desta árvore, fazia-se a "palmatoria ferula", varinha usada para aplicar castigos físicos. E Cisneiros, foi uma homenagem ao médico e senador, Dr. Bernardo Cysneiro da Costa Reis. Agora a origem do nome da família Cysneiro é bastante antiga e viviam em Portugal e Espanha. E como se deduz pelo próprio, no início deviam ser criadores de cisnes. O estudo da etimologia é muito interessante. Através dele, conseguimos explicação para muitas coisas.
Andarilhos e ciganos Hoje praticamente não passam por Cisneiros, Palma e Itapiruçú, mas anos atrás, existiam muitos andarilhos e ciganos por estes lugares. Muitos dormiam nas estações de trem e em outros prédios abandonados. Os adultos assustavam as crianças, dizendo-lhes que não obedecessem iam entregá-las aos andarilhos ou ciganos. E as crianças, como morriam de medo. Segundo minha avó, Dona Turca, antes do governo Getúlio Vargas existiam mais andarilhos. E isto devido ao fato de não haver amparo social do governo por um acidente ou doença. Após ser instituida a aposentadoria, muitos passaram a ter uma vida mais digna. Muitos andarilhos que passavam por Cisneiros eram conhecidos da população. Existia um, que passava de vez em quando e tinha um monte de filhos e cachorros. Os ciganos vinha até Cisneiros e Palma, mas a maioria preferia Itapiruçú pelos espaços vagos onde acampavam. E faziam negócios com produtos que fabricavam usando o cobre e também, gostavam de barganhar com cavalos.
Ainda sobre a Adelaide Guedes A Adelaide Guedes, tanto neste blog como na comunidade "Eu amo Cisneiros" é lembrada por tudo que conseguiu e tentou fazer por Cisneiros. E ela fez muito. Apesar de todas as dificuldades, ela ia atrás e conseguia que suas idéias se transformassem em realidade. A realização da exposição agropecuária deveu-se a sua insistência, a festa da fundação e da ordenação do Padre Neto e muitos outros eventos na igreja, escola e comunidade. Exercia o cargo de escrivã e trabalhava na escola como inspetora de alunos. Muito severa e sempre impunha respeito aos alunos. Uma pessoa que dedicou toda sua vida a educar e ainda promover a integração dos cisneirenses ausentes e presentes, merece o respeito e a nossa lembrança e homenagem. Já disse isto antes, o resultado deste blog também deve muito a ela. Quando comecei minha pesquisa, me incentivou e ajudou com dicas e colocou à disposição os documentos do cartório. E ao fazer muitas descobertas, sempre acrescentava
Conversar sobre política Quando morei em Cisneiros, estudei em Palma. E era um prazer enorme conversar com as pessoas sobre política. O povo palmense é bastante politizado e, acredito que ainda o é. O Luiz Fernando, chefe dos Correios, embora na época não tivéssemos as mesmas idéias, era uma pessoa bastante agradável para conversar sobre os mais diversos assuntos. O Zelito, sempre pela rua Dr. Victor Ferreira, fazendo política o ano inteiro. O Boroto, naquela época trabalhava no bar do Tonico e tomando um "Mineirinho" debatíamos sobre a política municipal e nacional e, sempre ele contava as suas inúmeras piadas políticas. E sem contar o Niecio, a sua casa ficava perto da escola. E quando a aula acabava um pouco mais cedo, passávamos lá e o assunto era sempre o PT e ainda um sonho, Lula ser presidente. Outro que acreditava muito na força da política, José Eduardo dos Santos, vereador, que fez um excelente trabalho na Câmara Municipal. Escrevi um artigo sobre ele no jornal &quo
Curiosidades sobre Palma - 2 -O primeiro nome de Palma foi Capivara e é o mesmo do ribeirão que passa pela cidade. Este nome é devido ao fato de no início da povoação, existirem muitas capivaras. Depois mudaram para Palma, porque existiam muitas palmeiras na rua próxima onde hoje está a prefeitura. -A principal família da cidade: Paula. Estão presentes desde o início da povoação. Quase todas as famílias do município tem ligação com esta família. -O estrada de Laranjal à Palma foi asfaltada em 1984, depois de muitos anos de promessas de diversos políticos. Anos depois, o trecho de Palma a Miracema também foi asfaltado. E as estradas de terra e ruins, impossibilitaram a cidade de aproveitar, o grande crescimento ocorrido no país, nos anos 70.
Os sub-delegados Um subdelegado de polícia de Cisneiros ficou conhecido pela sua observância da lei. Não permitia bêbados nos bares pertubando. Um negro viciado no álcool, anos depois, só em ouvir o nome deste subdelegado, de tanto medo, chegava a chorar. Certa vez, um garoto, de uma família negra morreu afogado no Rio Pomba. Ao inspecionar o corpo nas margens do rio, percebeu que somente a sola do pé deste estava roída. Estavam presentes muitos parentes da vítima e o subdelegado olhou e disse: "olhem, negro não vale nada, os peixes só roeram a sola do pé porque é branca". Os parentes ficaram furiosos, mas não disseram nada. Afinal conheciam o racismo e a ferocidade do sub-delegado. Outro sub-delegado, recebeu a denúncia de um roubo de galinhas. Foi até a casa do acusado e encontrou o produto do roubo. Obrigou o ladrão a colocar péia nas galinhas e pendurar em um bambú e sair à rua e parando de casa em casa e perguntar se queriam comprar galinha roubada. A cada parada levava
C ontemplando da janela a paisagem I mpressiona a tranquilidade das ruas S ó quebrada pelo barulhos dos cascos dos cavalos nos paralepípedos N o amanhecer aquele cheiro de café torrado e moído na hora E sperando chegar do curral o leite, também tirado na hora I r à tarde tomar banho no Rio Pomba R etornar decepcionado, a roda d’água parada, enferrujando O trem ainda passa, mas não tem a magia do passado S eguindo pela trilha, passo a ponte de volta
Final de ano em Cisneiros Naqueles anos 70 e 80, os finais de ano em Cisneiros eram divertidos. Era uma época de re-encontrar os parentes e amigos que moravam longe. Tempo de muito calor. De pessoas tomando banho no Rio Pomba, perto da Roda d’água. À noite, quando ainda não existia a pracinha, o bar do Zé Mariquinha e do Muri lotados. De pessoas alegres, muitos carros. E aquelas chuvas de verão. Ir ver a árvore de natal, naquele barranco. E no dia de natal, a distribuição de brinquedos para as crianças na estação do trem. As festas acabavam e ficava-se na expectativa do ano seguinte.
Desafio de Palma: a economia Conversando com as pessoas de Palma e Cisneiros, percebe-se um desânimo quanto ao futuro. E um dos principais fatores é a economia, atualmente baseada na pecuária leiteira. O preço pago por litro de leite ao produtor está muito baixo. E os negócios com gado de corte, cada vez menor. A área dedicada à agricultura diminiu a cada ano que passa. O êxodo rural iniciado nos meados dos anos 80, hoje praticamente não existe, pois os que ainda dedicam a atividade rural, na maioria moram em Cisneiros ou Palma. O município que já chegou a ter por volta de 30.000 habitantes, atualmente está por volta de 6.000 e a cada ano que passa, mais pessoas migram para outras regiões. As lideranças do município precisam dar atenção a este problema. Comentam que o município vai perder a Comarca, pois não justifica ter juiz e promotor e toda uma infra-estrutura para atender poucas pessoas. Se não forem todas medidas e procurarem uma saída para a economia em poucos anos, não existirá
Curiosidades sobre Palma - 1 -O Sr. Antônio Agrícola foi tipógrafo, jornalista, músico, teatrólogo entre outras funções. Publicou por muitos anos, o jornal "A Defesa" que teve seu auge nos anos 50, quando Zequinha Roldão era prefeito. Foi um dos fundadores do TAP(Teatro Amador Palmense). -O Doutor Astolfo Vieira de Rezende, advogado de Cataguases, veio para Palma em 1892 e fundou o jornal "Correio da Palma", que combatia o governo do Marechal Floriano Peixoto, cujo partido pertencia o Coronel Firmo de Araújo Pereira. Depois de eleições disputadíssimas, voltou para Cataguases, em 1895. -A principal rua de Palma, hoje calçadão, tem o nome de Dr. Victor Ferreira. Clinicou na cidade por muitos anos e formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Lembranças de Itapiruçú Tenho de minha infância muitas recordações de Itapiruçú. Muitas vezes fui lá com meu avô Ricardo, já velho e com os cabelos brancos. Depois de receber a aposentadoria ia fazer suas compras. Voltava com um saco branco, daqueles de açúcar, cheinho e não esquecia nunca de me comprar um suspiro. Era freguês do Jairzinho e José Jairo e, a venda destes era tão cheia de mercadorias que não sobrava espaço para o freguês entrar. Meu outro avô sempre me levava para cortar o cabelo no Roque Barbeiro. Já bastante idoso e com as mãos trêmulas. Mas mesmo assim trabalhava de manhã a noite. E ao cortar o cabelo, de vez em quando parava indo até a porta para cumprimentar um conhecido ou cavaleiro que passava. E recordo também da enorme máquina de beneficiar arroz do Geraldo Simões. Meu avô passava sempre para pegar farelo e arroz pilado. E em minha memória, lembro também dos ciganos que ficavam acampados naquela praça de frente onde o Roque tinha sua barbearia. E a ferraria do Z
Curiosidades sobre Cisneiros – 4 -Custódio Alves Affonso, avô do Sidney Eduardo Affonso, mais conhecido por Tote gostava muito de palavras cruzadas. Participava de concursos e chegou a ganhar vários. Usava o pseudônimo de "Cysneirense". -Muitas casas, do local mais conhecido por Campo, na saída de Cisneiros para Palma tiveram a eletrificação somente em 1984, por iniciativa do prefeito Mário Celso e seu vice, Mário Lúcio Guedes(Lucinho). -A queima do café, descrita na monografia publicada em post anterior, realizada nos terrenos de Caetano Guedes, ficava do outro lado da Ponte de Ferro. Hoje no local existe um campo de futebol. Apesar do tempo, a terra ainda é negra. Dizem que a nuvem de fumaça permaneceu por vários meses, sendo vista há quilômetros. E todos os que trabalhavam na queima, na saída, tinham seus bolsos revistados. -A maior enchente que ocorreu em Cisneiros - a de 1979. A chuva começou após o Ano Novo e permaneceu até a metade do mês de fevereiro daquele ano. A ru
Cisneiros como tema Já escrevi diversas vezes, que fazer este blog está sendo muito gratificante. E fico surpreso com as descobertas sobre Cisneiros. Muita coisa que se não fosse o Orkut e este blog, jamais ficaria sabendo. Thaís Fernandes Vianna de Moraes contou que participou com um texto no Festival Barra Shopping de Teatro, no Rio de Janeiro, com histórias sobre Cisneiros. E texto era tão bom que ficou em 3º lugar. A sobrinha da Dona Namir Gonçalves, Fabíola Espósito Gervazio, fez um trabalho de faculdade usando como tema Cisneiros e chegou até a ganhar um prêmio. Acredito, que existam outros trabalhos nas mais diversas áreas. Se o leitor deste blog souber de outras iniciativas, escreva para ser divulgado pelo blog.
Enganos O blog é algo dinâmico. A informação aparece, o texto é redigido e imediatamente é publicado. E muitas vezes, acontecem enganos. Para uma pesquisa história ser bem sucedida é necessário muito trabalho, principalmente de conferência e análise das informações. Mas num blog, embora os artigos são publicados com critério, isto não é possível de ser realizado. Sempre estou atualizando e corrigindo os enganos que encontro. Muitos passam e conto com a colaboração dos leitores para que este trabalho fique melhor a cada dia. E vamos continuar pesquisando e escrevendo a maravilhosa história de Cisneiros, Palma e Itapiruçú.
Monografia sobre Palma Ontem, Beto Metri me enviou uma monografia sobre Palma escrita por José Marinho de Araújo, publicada no jornal "A Defesa" do Sr. Antônio Agrícola na edição de 13 de abril de 1952 que abaixo está transcrita: MONOGRAFIA HISTÓRICO-COROGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE PALMA Autor: José Marinho de Araújo Jornal - A DEFESA de Antônio Agrícola Palma, 13 de abril de 1952 TÍTULO PRIMEIRO DEVASSAMENTO DO TERRITÓRIO Capítulo I PENETRAÇÃO NO TERRITÓRIO DO MUNICÍPIO Por detrás das serras, cujo perfil era visto do litoral fluminense, viviam os índios Goianazes, donos e senhores da terra. Terras do Brasil que engatinhava. Os portugueses, estabelecidos junto à Baía da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, tinham compreendido muito bem da necessidade imperiosa de se estabelecer meios de comunicação e medidas que facilitassem o acesso ao interior desconhecido. Esse interesse bateu às portas do Governo Imperial, tão desejosos em dilatar os domínios da Coroa Portuguesa. Uma de