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Mostrando postagens de julho, 2006
Armazém da CASEMG Foto de 2000 Esta foto mostra a frente do armazém com as portas fechadas com concreto e pode-se ver que parte do teto já tinha caído. No canto do lado esquerdo vê-se muitos nomes escritos na parede, uma forma de pichação. Por volta de 1981 funcionava neste armazém, na sua parte direita, onde não havia risco de desabamento do teto, uma quadra de vôlei, utilizada pelos alunos do 1º grau da escola estadual "São José". E também existia uma torneira, onde vários moradores se abasteciam de água de uma fonte do armazém.
A origem do nome Itapiruçú Niécio Drumond, leitor do blog de Palma(MG) mandou um scrap pelo orkut, solicitando mais escalarecimentos sobre a origem do nome Itapiruçú. O que consegui apurar é que o vocábulo Tapirussú parece vir de Tapur-assú, a “choça grande”, em linguagem geral indígena, tendo Tapurassú se corrompido em Tapirussú. Outros, porém, o traduzem por “anta grande” onde: Tapir – “anta” e assú – grande, em língua tupi. Com a mudança da ortografia, mudou para Itapiruçú, mas acrescentaram um "I" e com isto: Ita- "pedra" - "assú" - grande, poderia ser traduzido por "pedra grande". Se algum leitor tiver mais informações sobre este nome, sem dúvida de origem indígena, nos envie para publicar.
Alves Affonso, as cruzadas e as palavras Um dia, quando as pesquisas genéticas tiverem chegado ao seu ponto máximo, com todo o DNA humano mapeado, esquadrinhado e, enfim, decodificado, possivelmente haverá, entre um gene que define a cor do cabelo e outro que regula o tamanho do lóbulo da orelha, um genezinho discreto, porém diligente, que gerencia a propensão às palavras cruzadas. Este, certamente, será encontrado em certa família cisneirense. Cresci vendo meu vô Tote com suas revistas A Recreativa e um velho dicionário, preenchendo sem pressa e com sua bela letra de forma os quadradinhos simetricamente dispostos nas páginas. Minha tia Agonia também era aficcionada, assim como meu pai. Meu avô, entretanto, parecia ser o mais experiente de todos. Não se limitava a “matar” as cruzadas, mas também as criava. Participava de concursos (e costumava ganhá-los) sob o pseudônimo de Cysneirense. Meu pai era Cysneirense Júnior, e eu, antes que algum aventureiro lançasse mão, me tornei, secretame
“Correio da Palma” Existe o seguinte ofício no cartório de Cisneiros: Cidadão, De ordem do Dr. Presidente d’esta Camara comunico-vos que é conveniente o officiares aos Cidadãos que foram eleitos membros da meza que, n’este districto, há de presidir ás eleições de deputados e senador do Congresso Federal, eleições essas á que se procederá no dia 30 do corrente. Quanto aso nomes d’esses Cidadãos, os vereis no “Correio da Palma” de 12 do andante. Os membros da meza devem se reunir no dia 29 para eleição do presidente e secretario, lavrando a acta da organisação; e no dia seguintes, ás 11 horas, presidirão á votação. Saude e fraternidade. Ao cidadão Juiz de Paz de Cysneiro O offall da secretaria, A Fontes Jor Palma, 18 de Junho de 1892 Por este documento, verifica-se que nesta época, 1892, existia em Palma um jornal com o nome de “Correio da Palma”, do qual não temos conhecimento de nenhum exemplar preservado.
Cadeia em Cisneiros Em Cisneiros também existiu uma cadeia, mas não foi possível encontrar informações do local. Descobri isto através de um documento arquivado no cartório de Cisneiros em que o subdelegado João Guedes Pinto mandou proceder um exame de corpo de delito em Eloy Teixeira, negro, procedente de São Fidélis e que no trecho da estação de Cisneiros-Palma, caiu do trem e apresentava ferimentos por todo o corpo. O exame realizado pelo Capitão João Antonio da Costa Coimbra e Oscar Tavares Nepomuceno e com diz o documento “na caza da cadeira onde está o ferido”. Serviram de testemunhas Sebastião Soares Mendonça e José Vieira. Eloy Teixeira confessou que estando alcoolizado, entendeu por viajar na plataforma do trem e que num vai-vem caiu e não atribuiu a ninguém a autoria do desastre.
Família Soares Justo Em 01/04/1909, Senhorinha Soares Justo, afogou-se no ribeirão Capivara e tinha na época 36 anos de idade e viúva de Carlos Ferreira Leite. Dona Turca, neta de João Justo, possuiu uma garrafinha de madeira que pertenceu a Francisca Soares Justo. Na tampa desta estava escrita: “Falleco Chiquinha 18 de Maio de 1908” e a letra é de João Justo. João Rodrigues Soares Justo sempre acolhia em sua casa no chalé irmãs, sobrinhos, entre outros parentes.
Major João Guedes Pinto O major João Guedes Pinto, português, nasceu aproximandamente em 1847, casado com Dona Dejanira de Mattos Guedes Pinto. Participou da comissão para construção da igreja Imaculada Conceição, juntamente com sua esposa. Doou o terreno onde a igreja encontra-se construída. Exerceu o cargo de subdelegado e foi comerciante. A Dona Dejanira, esposa do major era filha de José da Costa Mattos e Balbina Emília de Magalhães Mattos. E tiveram os seguintes filhos: Albucassio, Admár, Alice, Olymtho, Ildefonso, Oscar, Dejanira, Odette, Maria, João, José e Adahyl. O major faleceu no dia 02/11/1922 e o atestado de óbito assinado pelo doutor Ignacio Amorim de Antuterpio e a morte foi natural, causada por lesão cardíaca. Muitos descendentes do Major João Guedes Pinto moram em Cisneiros e região.
Conversa com Namir Gonçalves Ontem conversei por telefone com Dona Namir Gonçalves e, ficou entusiasmada ao contar-lhe sobre o andamento deste projeto de preservar a história documental e oral de Cisneiros, Palma e Itapiruçú e principalmente da memória do povo do “pequenino Cisneiros”, no seu dizer. Contou que sua sobrinha, Fabíola Espósito Gervazio, fez um trabalho para a faculdade sobre Cisneiros e o publicou no ano passado, recebendo até um prêmio. E durante a conversa lembrou que foi colega de escola de Maurício Corrêa e conheceu toda a sua família. E sobre os pracinhas de Cisneiros, informou que eram três e um deles, Antonio Rodrigues Pinto está vivo e mora em Juiz de Fora. E sobre a recepção dos pracinhas, disse que a festa de recepção, o baile realizado na casa de sua mãe Dona Gabriela. Na época, Dona Namir era pequenina, mas lembrou que uma parede da sala precisou ser derrubada. E que um Barandier, aluno do ginásio Princesa Izabel fez um hino sobre os pracinhas de Cisneiros. Di
A escrita e Cisneiros Ao amigo virtual, Sidney Eduardo Affonso É interessante observar que apesar de muitos cisneirenses terem possuído uma boa cultura, amarem os livros, não ter aparecido nenhuma obra escrita. Pode ser que tenha sido feita, mas se perdeu ou ainda está escondida em algum baú, mofando ou sendo comida por traças. Zé Catreca deixou contos e crônicas e como revelou sua filha Maria Celeste, uma autobiografia até a data de seu casamento. Custódio Alves Affonso(Tôte), amante das palavras, tanto que vivia carregando um dicionário e sendo grande cruzadista e para o ser, precisava uma enorme cultura. Será que não deixou em algum lugar um caderno com seus pensamentos, divagações ou impressões? Dona Agonia Alves Finamore, grande leitora, será que não deixou mais do que cartas? Antonio Fontes Junior, o escrivão e professor, fazia versos de improviso, será que não deixou páginas de algum poema ou crônica sobre nosso amado Cisneiros? João Rodrigues Soares Justo, de excelente caligraf
C apaz de resistir aos anos de descaso I mpossível de perder seu carisma S empre acolhedor, deixa saudades nos seus filhos N as ruas de pedra e terra, aconteceram muitas histórias E muitas se perderam no tempo I nfelizmente, o progresso foi embora e hoje R ecolhemos fragmentos da memória de seu povo O utrora esquecida e que agora estamos tentando preservar S uas glórias e derrotas, mas sempre Cisneiros
A chegada e partida de João Justo a Cisneiros João Rodrigues Soares Justo comprou o terreno onde construiu seu chalé na rua Niterói em 09/05/1893. A compra foi feita ao Major José da Costa Mattos e a posse tinha as seguintes divisas: “em uma pequena cerca que divide o terreiro da caza de Octaviano Fernandes Medina e por ella em linha recta até uma cerca de reguas e por esta até o ribeirão Capivara e por este abaixo até a ponte onde se acha uma outra cerca de reguas e por esta acima até o ponto de partida” e o valor da venda foi de 2 contos de réis. O Major José da Costa Mattos, sendo sócio e gerente da fazenda Aliança, vendeu muitos lotes em volta da estação de trem, permitindo assim o surgimento do povoado de Cisneiros. O assassinato do Coronel Firmo de Araújo ocorreu em julho de 1912 e em 08/02/1913 é passada no cartório uma escritura em que João Justo e sua mulher Amélia de Araújo Justo vendem a Naman Damian uma sorte de terras com nove alqueires de 80 x 80 em comum na fazenda da “
Ponte de Ferro Walmy Finamore, pai da Ana Clara Fagundes Finamore Frederic têm razão, o nome correto da ponte do trem de Cisneiros é Ponte de Ferro. Encontrei o seguinte registro no cartório em 16/01/1910, onde o Major José da Costa Mattos vende a seu irmão Nicolau da Costa Mattos um terreno de mais ou menos doze alqueires com as seguntes divisas: Partindo da Ponte de Ferro sobre o Rio Pomba seguirá acompanhando a linha da Estrada de Ferro Leopoldina pelo lado direito, até encontrar o engenho central de propriedade do Cidadão Custodio da Costa Fagundes e antes, do engenho oito palmos descerá em linha reta até o ribeirão Capivara, seguindo a direita deste até a sua barra, e daí pela margem do Rio Pomba até a já referida ponte. O major José da Costa Mattos foi representado por Custodio Fagundes da Costa, conforme procuração, visto que o major residia nesta época em Além Paraíba. Extraído do Livro de Notas de Cisneiros Nº 07 às folhas 36 e 37. Nota-se que o escrivão cometeu um equívoco co
Salão Paroquial Este prédio fica em frente a igreja Imaculada Conceição de Cisneiros, onde são realizados reuniões, festas e outros eventos da comunidade. Sua construção demorou anos. Na primeira etapa foram feitos somente os alicerces e ficou parado pela falta de verbas. Depois de muita luta e liderada por Adelaide Guedes Amorim, conseguiram uma doação da Alemanha, por interseção do antigo pároco de Palma, João Bueno.
Marcos Petrillo Palmense, muito conhecido no meio do rock nacional. Nos anos 80 fundou e dirigiu a revista Bizzu, publicada em Juiz de Fora. De 1983 a 1993 organizou o “Festival de Rock de Juiz de Fora” com a participação de: Raul Seixas, Erasmo Carlos, Barão Vermelho, Lobão, Legião Urbana, Ultraje à Rigor, Leo Jaime, Cazuza, Camisa de Vênus, Inimigos do Rei, Ratos do Porão, entre outros. Entre 1983 e 1984 trabalhou com Maria Jucá na produção Alkimia responsável pela produção do Circo Voador carioca. Realizou o “1ª Feira Pop de Aracruz do Coqueiral”, no interior do Espírito Santo e contou com nomes de: Herva Doce, Paralamas do Sucesso, A Cor do Som, Robertinho do Recife e Sangue da Cidade. Em outubro de 1990 fundou o tablóide “Internacional Magazine” com notícias do mundo do rock. Em 1997 a editora Gryphus publicou um livro com as melhores entrevistas realizadas por Marcelo Fróes e Marcos Petrillo, com grandes nomes da música nacional e também internacional e publicadas na “Internacion
A fazenda Boa Fortuna e os Vieira Propriedade de Francisco de Paula Vieira e Silva, mais conhecido por Chico Vieira e casado com Emília. Seus filhos: Henriqueta (casada com Adelino Paula Carvalho), Emília (casada com Onofre Izalino Pereira de Mendonça), Mariana(casada com Joaquim Custódio Machado), Maria, Vigilato e João Vieira. Exerceu o cargo de juiz de paz em Cisneiros por muito tempo. Onofre Izalino já era fazendeiro rico quando certa vez esteve em Palma resolvendo alguns negócios e ao concluí-los foi para a estação, pegar o trem para Cisneiros. Cansado de tanto trabalhar, sentou-se encostado na parede da estação. Embora tendo muitas fazendas e dinheiro, era uma pessoa que não se importava com a aparência, usando roupas velhas e rasgadas. E sentado, adormeceu. Acordou ouvindo o barulho de moedas caindo dentro de seu chapéu que estava do seu lado. Ergueu a cabeça e viu um viajante muito bem vestido e perguntou o que era aquilo. O viajante respondeu que as moedas eram uma esmola ao q
Rua Dona Cecília Renault A Dona Cecília Magalhães Renault, casada com Pedro Renault, escrivão e dono do primeiro hotel. É nome de rua em Cisneiros. Tinha parentesco com Julieta Magalhães da Costa Reis, esposa do Dr. Bernardo Cysneiro da Costa Reis.
Dona Julieta indo à missa A Dona Julieta Magalhães da Costa Reis, muito católica, ia à missa todos os domingos na igreja Imaculada Conceição de Cisneiros, acompanhada de suas filhas, todas elegantemente vestidas. Segunda Dona Turca, segundo contavam seus antepassados, ela ia e voltava à pé, fazendo o trajeto da fazenda Aliança até a igreja que deve ter aproximadamente dois quilômetros. A estrada naquela época, passava no meio do morro da fazenda, por onde eram transportado o café até a estação de trem. Até hoje é possível ainda ver as marcas desta antiga estrada. Atualmente, a estrada que vem da fazenda Aliança margeia o rio Pomba.
Dados sobre Dr. Bernardo Cysneiro e família 1847 O Dr. Bernardo Tolentino Cysneiro da Costa Reis nasce no dia 28 de janeiro no estado de Pernambuco, filho do Coronel Bernardo Tolentino Manso da Costa Reis e Maria Antonia Cysneiro da Costa Reis. 1866 Matricula-se na Faculdade de Medicina da Bahia, no 1º ano em 02/03/1866. 1871 Colou grau de médico em 16/12/1871, com a tese de doutoramento: “Câncro no estômago”. Teve como colega de sua família: Affonso Arthur Cysneiro de Albuquerque. 1876 Representado por seu gerente e sócio, o Major José da Costa Mattos compram de vários herdeiros partes da antiga sesmaria “Barra do Capivara” que mais tarde seria a fazenda Aliança e local onde surgiu o povoado de Cisneiros. 1886 Antonio Lyrio Vespucio, Presbítero Secular do Hábito de São Pedro e Vigário Encomendado na Freguesia São Francisco de Assis do Capivara certifica que aos 30/05/1886, batizou a inocente Julieta, nascida em 27/10/1885, filha do Dr. Bernardo Tolentino Cysneiro da Costa Reis e D. Ju
Os Finamores que conheciam o futuro O Natal tem significados diferentes para cada um, e em cada época da vida. Para minha mãe, Natal era sinônimo de casa cheia – mais trabalho, mais camas para arrumar, mais crianças para sujar a casa, mais comida para fazer. Para nós, crianças, significava casa cheia – mais diversão, mais camas para desarrumar, mais crianças com quem brincar pela casa, mais comida para nos empanturrar. Os melhores Natais são aqueles em que Papai Noel não é uma metáfora nem uma lenda, mas um ser vivo, palpável, ansiosamente esperado. Morávamos então, com Vô Tote e Vó Rosa, num imenso Hotel Rubim, na praça diante da estação onde ainda havia trens e caixeiros viajantes. Hóspedes iam e vinham todos os dias, e a isso se acostuma quando se vive num hotel. Mas o Natal trazia a categoria mais especial de hóspedes, que são as visitas – tios e primos que vinham Muriaé, Cisneiros, Belo Horizonte, Além Paraíba. A cozinha se enchia de latas de banha com lombo de porco e lingüiça. N
Depoimento de Regina Damasceno Sou filha de Otávio Matos de Oliveira,irmã de José de Oliveira (Zezinho Catreca), portanto pertencemos a uma família que fez também a história de Cisneiros. Meu pai trabalhava na estação como telegrafista, e eu nasci em Cisneiros. Vim para Além Paraíba, mas passar as férias era em Cisneiros. Como era gostoso!!! Comer os doces da vovó Memenda, a bala puxa-puxa da Lili, pular na máquina de arroz. Bailes na casa da vovó, como nós nos divertíamos!!!! Meu avô, Zé Felix fazia jogo de bicho, lembro bem, e sempre dava aos netos 5 cruzeiros como presente. Quando me formei professora fui trabalhar em Cisneiros, meu primeiro emprego foi lá. Amava as crianças. Viajava de trem e a minha chegada era festejada de forma inusitada pela Lili que me recebia com tanta alegria. Anisio meu tio, marido da Lili era o passador de filmes, tinha cinema, lembram? Um caso interessante em relação a isso foi quando o Anisio começou a passar o filme da Vida de Cristo de trás para frente
O maior atleta do Rio Pomba Beth Ragone relata que seu irmão, Ronaldo, nascido em Cisneiros, lembra que seu pai José Ayrthon Ragone era considerado a maior atração e o grande atleta do Rio Pomba, em sua juventude. Além de saltar de cima da ponte na época de grandes enchentes, pulava da janela de sua casa dentro do rio, desafiando as correntezas. Lembra ainda Beth, que nas idas a Itapiruçú para visitar seu avô, passava em uma balsa, ainda não existia aquela ponte de concreto ligando Cisneiros-Itapiruçú. Escrito conforme relato de Beth Ragone na comunidade "Eu amo Cisneiros" no orkut
Cisneiros Belém de Deus Se posso falar, falarei de seus morros frequentados por siriemas açanhadas, extrovertidas e barulhentas. Se posso falar, falarei de suas mangueiras cacheadas de flores amarelinhas, tocadas gentilmente por abelhas e aqui e ali beijadas por beija-flores contentes e ligeiros. Se posso falar, falarei de suas jabuticabeiras carregadas de frutos frequentadas por maritacas intrometidas. Se posso falar, falarei dos quintais povoados de canas de açucar e por galinhas e frangos descontraídos e felizes. Falarei ainda do Rio que flue sorrateiro atrás do morro da igreja cujas águas qual Pomba elegante observa transeuntes solitários passeando na linha do trem abandonada faz tempo. Falarei da Estação da Força e Luz - somente lembrança curta de uma memória insistente que vê além de uma casa plantada alí com um quintal repleto de fruteiras. Falarei da Estação do Trem - sua base resiste firme e sua calçada de grandes pedras permanece sólida - de quem permanece e vaza os tempos e
Ponte Preta ou Ponte de Ferro? A ponte em 1986 A Ana Clara Fagundes Finamore Frederic diz que não entende o por que de chamar a ponte de Cisneiros de Ponte Preta e não Ponte de Ferro. Segundo ela, seu pai Walmy Finamore diz que o nome correto é Ponte de Ferro. Até que eles têm razão, afinal a ponte está perdendo sua cor. Vou colocar este questionamento em um tópico do orkut e se a forma correta for esta, mudo meus posts.
www.palmamg.com Gilmar Barbosa que mora em Miami, também adora Palma e já colaborou aqui no blog com uma história , agora nos surpreende com uma melhor ainda. Registrou o domínio www.palmamg.com e ao acessá-lo é direcionado para este blog. Mais uma vez, muito obrigado Gilmar.
Contatos com a família Cysneiros Da divulgação deste blog na comunidade da família "Cisneiros" tive o contato na semana passada de Amauri Cysneiros do Amaral e do qual fiz dois posts anteriores. E a partir daí, comecei a trocar mensagens também com Annamaria Cysneiros, sobrinha de Amauri, que estão fazendo também um trabalho de pesquisa sobre seus antepassados. Este contato está rendendo muitas informações para todos nós e, conseguindo esclarecer muitos pontos de interrogação que ficaram na época em que trabalhei na coleta de dados sobre Cisneiros. O pai de Amauri, Amador Cysneiros, traduziu o livro República de Cícero que faz parte da coleção "Pensadores" da editora Abril de 1973. Conta Amauri que seu pai "era um intelectual, inteligente e com o dom da boa palavra, tanto escrita quanto falada. Advogado e Promotor da Justiça Militar no Rio de Janeiro, até sua aposentadoria, escreveu, quando retornou da campanha da FEB na Itália, um livro chamado Expedicionários
Cisneiros fecho os olhos e me vem o cheiro de manga, a casa da tia zezé, o quintal da tia agonia. ainda agora o trem passou (ou foi só a estação que tremeu de leve, com saudade?). não salto do pontilhão, mas mergulho meus pés no rio – e minhas pegadas molhadas ainda devem estar lá nos dormentes suspensos no ar. (de olhos ainda fechados: meu tio antônio finamore velado na sala, a casa cheia e triste). volto agora, olhos bem abertos, em busca do túmulo do meu vô tote: placa nenhuma lembra seu nome mas ali está ele, no seu terno branco, cabelos engomados para trás, dicionário na mão, palavras se cruzando, enigmas se desfazendo, o baralho e a paciência. meu avô nasceu aqui, e é aqui que dorme agora o sono que dormiremos todos, no silêncio descalço e íngreme de cisneiros. a estação descansa, invisível, junto aos trilhos mortos. o armazém abriu-se ao tempo e logo irá também, calado, juntar-se a tudo que se foi – altar, pomar, infância. a cidade parou, e só o rio passa, célere como o tempo: a
A chegada de Bereco Um dos irmãos de Dona Agonia Alves Finamore, Manoel Alves Affonso mais conhecido por Bereco, em época das festas, na entrada de Cisneiros soltava foguetes e todos sabiam que estava chegando. Sua filha Tânia Affonso escreve em uma mensagem do orkut: Ah, que bom vc estar resgatando as velhas histórias de Cysneiros! Verdade mesmo, meu pai quando voltava a sua terra amada e pela qual sentia mais do que saudade, "banzo" mesmo, parava na última curva antes de chegar e soltava foguetes prá celebrar sua alegria de filho pródigo e avisar a todos os amigos que o Bereco tava tornando ao ninho ! Vou tentar me lembrar de mais histórias sobre ele e mandar prá vc!Parabéns por este lindo trabalho, que trará muita emoção a todos os que, como eu, tiveram em Cysneiros um refúgio de paz e alegria!
Apanhei de um menino Naqueles anos 70, a maior parte da economia era baseado no arroz. E a colheita feita de maneira manual, a única fazenda onde tentaram mecanizar foi a Filinho Finamore. O arroz plantando na vargens utilizando mudas e normalmente, ocorria entre setembro e dezembro. A capina feita em duas vezes, normalmente, entre janeiro e fevereiro. A colheita de abril a junho. Depois da colheita do arroz, fazia-se a secagem em terreiros e depois, ensacado e guardado em tulha. E vendido para as máquinas de beneficiamento da região, transportado em caminhões. Geraldo Carro morou em diversas fazendas e numa delas de Filinho Finamore, sendo uma figura muito engraçada e também gago. E numa destas secagens, ao mexer nas pilhas de arroz começou a pular muitos ratos. E Geraldo tentava matá-los pisando com sua botina. Um garoto aproximou-se com um porrete e também passou a bater nos ratos e em dado momento, acertou a perna de Geraldo Carro. E este sempre comentava: "eeemm toooda miiiin
Mais uma do Fidélis Sem dúvida, o Fidélis é uma das grandes figuras de Palma, pessoa de bom coração e amigo de todos. E como Niécio Drumond diz, para contar todas as suas histórias é preciso vários dias. E aproveitando o Niécio contou esta: O filho do Fidélis chegou em Palma com um carrão novo e resolveu dar uma volta com o pai. Estava fazendo muito calor e ligou o ar condicionado no máximo e saíram.Depois de dar uma volta completa na cidade, voltaram para casa. Quando o Fidélis desceu do carro, virou para o filho e soltou: "que diabo de carro fresco é esse?".
Carro de boi Em muitos sítios e fazendas do município de Palma é utilizado o carro de boi como meio de transporte de cargas, principalmente lenha e para levar os latões com leite até a estrada, onde o caminhão leva até a cooperativa. Aos poucos está acabando já que a sua construção é dispendiosa em trabalho e material e hoje quase não existem profissionais. Para construir um carro de boi precisa-se de um bom carpinteiro e um bom ferreiro. Em Itapiruçú existia uma ferraria bastante conhecida, do Zezinho Munega, onde faziam toda a ferragem usada em carros de boi. Além disso faziam e reformavam enxadas, foices, etc. Escrito inspirado no tópico do orkut de Ana Clara Fagundes Finamore Frederic
Família Ragone Além de Porcênia Ragone Leite, seus outros irmãos tocavam instrumentos musicais, é o que o conta Fio, hoje com 93 anos e foi casado com Diva. Beth Ragone conta que anos atrás, em Itapiruçú, conheceu um senhor bastante idoso que frequentou as festas na casa de José Ragone e disse que todos os finais de semana eram alegres, os filhos tocavam e os moradores dançavam. Escrito conforme informação de Beth Ragone
Maroun e Fidélis Em Palma moram muitos descendentes de libaneses e participam da vida da cidade há quase um século. Maroun tinha um açougue no centro e seu irmão Fidélis era seu fiel escudeiro. O fato que vou contar é bastante conhecido na cidade. Certa vez, uma pessoa puxou conversa com Fidélis e contou que uma pessoa havia falecido e ele ficou dizendo "coitadinho, morreu tão novo, vai deixar a família desamparada". Então a pessoa comentou: "e ficou devendo dinheiro para o Maroun" e Fidélis mudou imediatamente o tom: "desgraçado, devia ter morrido mesmo uma praga desse tipo".
Zezinho Catreca José de Oliveira, mais conhecido por Zezinho Catreca, nasceu e morou bastante tempo em Cisneiros naquela casa da estação, sendo funcionário da estrada de ferro e um torcedor fanático do Fluminense. Uma pessoa muito comunicativa. Sócio de Filinho Finamore e Olinto Igreja no cinema, onde ajudava a operar o equipamento do cinema. E conta Walmy Finamore, que Zezinho ria muito da precariadade da exibição dos filmes. Gostava muito de ler e escrever. Deixou um livro com alguns contos. E para surpresa de sua filha, Maria Celeste, ao ler os manuscritos, encontrou a sua autobiografia até a data de seu casamento. Escrito conforme informações de Maria Celeste de Oliveira
Uma poesia sobre Palma Vanessa Ziotto é do Rio de Janeiro(RJ) mas adora Palma e, passou a gostar a partir de uma férias. Esta poesia foi publicada em um tópico da comunidade do orkut "Palma". Entrei em contato e a Vanessa gentilmente, autorizou a sua publicação neste blog. Obrigado Vanessa! PALMA Palma, grande cidade pequena Estás em minhas lembranças infantis Mas qual será a senha Para encontrar seu matiz? Sinto a cor da lenha Que cortei para te iluminar Com ela fiz uma fogueira Para transformar-te no meu lar E louvar-te nesse altar O mundo utópico que almejei És tu Palma Lógico que te planejei Cobri-te com o sopro das canções E a calma dos peixes Palma, como és doce! Tem o cheiro do café da manhã que se prolonga indefinidamente As férias intermináveis com as quais sonhei O mundo que desejei O som quente do café E das xícaras assoviantes Libertam-me da fria fé Nos anéis de diamantes Um mundo onde todos têm valores e são valorizados Ninguém é desprezado As diferenças são resp
A organização policial O Código de Processo Penal de 1832, efetivado com a lei nº 261, de 3 de dezembro de 1841, organizou as polícias em todas as províncias do país. Nela estavam previstos os cargos de Chefe de Polícia, Delegado e Subdelegado e, pelo regulamento de 31 de janeiro de 1842, previsto o cargo de "Inspetor de Quarteirão." O inspetor de quarteirão tinha como objetivo, levar a polícia mais próxima do cidadão e exercido por pessoa bem situada e respeitada na região onde morava. Em Cisneiros, como em todas os lugares no Brasil, antes e depois da proclamação da república existiam muitos coronéis, tenentes, capitães, majores, etc. As pessoas que ostentavam este cargos, possuiam uma patente, vendida pelo Império com o objetivo de arrecadar mais dinheiro para o Tesouro. Estas pessoas não recebiam nenhuma remuneração e tinha também o poder de polícia. O que diferenciava um cargo do outro era o poder aquisitivo de cada cidadão e quem outorgava este títulos era a Guarda Naci
Figuras que passaram por Cisneiros Sebastião Matinada, cuja esposa parece que se chamava Olga e tinha uma filha chamada Picucha. Era açougueiro, assim como o Caboclo. Naquele barranco, onde existia a árvore de Natal, toda noite, uma pessoa se enrolava em um lençol branco e se passava por um fantasma, assustando as pessoas e dizendo um monte de besteiras. Até que um dia, Sebastião Matinada pegou um revólver e disse que ia atirar no fantasma e este, nunca mais apareceu. Wilson da Sá Zica, homem muito alto e tinha um irmão chamado Lecildo que era microcéfalo. Malaquias, consertador de guarda chuvas. Andava com vários guarda-chuvas pendurados pelo corpo nas ruas de Cisneiros. O mendigo Domeciano não andava, se arrrastava pelo chão, era meio aleijado. Na época do frio ficava debaixo de uma mangueira em frente da casa da Dona Cecília Fialho, vizinho de João Batista. Pedia ao Wesley Fabiano ou outras crianças para fazer a fogueira, para se aquecer à noite. E a dona Cecília pagava ao Fabiano p
Bailes na roça Quando a população da zona rural do município de Palma era grande, o maior divertimento: os bailes. E muitos sanfoneiros ficaram conhecidos, sendo bastante solicitados para tocar e um deles foi João Fortunato que morou muito tempo na fazenda de Jair Lima, em Cisneiros. Estes bailes sempre ocorriam no sábado e muitos viravam a noite. E os "pés de valsa" faziam sucesso e namoravam as moças mais bonitas. Em muitos lugares existia muita rivalidade. A maioria ia à pé e outros à cavalo. Durante o baile, certas pessoas que gostavam de aprontar, iam a estrebaria e afrouxavam a sela para o cavaleiro desatento, cair na estrada. Além de em muitos acontecerem brigas.
As "praias" de Cisneiros Em Cisneiros quase não faz frio e no verão o calor é muito forte e para refrescar tomava-se muita cerveja e banho no rio Pomba. Muitos anos atrás o ponto mais frequentado era próximo à chácara da família Vaz, onde as pessoas tomavam banho no rio e depois se bronzeavam deitadas nas pedras. Outro ponto era o da roda d’água. Próximo a Ponte Preta as pessoas tomavam um banho rápido pois ali não existem pedras. E muitas vezes durante o jogo de futebol no campo ali próximo, quando alguém chutava muito forte, a bola caia dentro do rio e sempre um jogador tinha que pular na água e resgatá-la. Outra aventura radical, tentada por poucos, é pular de cima da Ponte Preta.
A árvore de Natal Existiu uma árvore de Natal, até o final dos anos 70 naquele terreno do lado do prédio atualmente pertencente a Waldir Lima. Esta árvore construída por diversos moradores de Cisneiros em um barranco em cima de uma pedra e, tinha lâmpadas coloridas . À noite os cisneirenses se reuniam para apreciar. Pena que durou pouco.
João Justo e o espiritismo Dona Turca contava que seu avô João Justo certa época se interessou pelo estudo do espiritismo. E certo dia, recebeu a visita de parentes e tinham várias moças. Um rapaz que lá estava ficou contando vantagens tentando impressionar, quando uma das moças perguntou sua idade e este respondeu que tinha 19 anos. João Justo utilizando seus conhecimentos de magnetismo descobriu que o rapaz tinha na verdade 23 anos e ele confirmou que esta era sua verdadeira idade.
O homem que desaparecia Lá pelos lados da Braúna, próximo a estrada que vai para Laranjal, num sítio morou uma pessoa que ficou conhecida por ter o dom de desaparecer. Esta pessoa sempre tinha problemas com a lei, sendo constantemente procurada pela polícia. Apesar de várias campanas, nunca havia sido preso. E então, criou-se o mito de que tinha poderes de ficar invisível. A polícia cercava sua casa, arrombava as portas e ao vasculhar os cômodos este não era encontrado. Certa vez este cidadão brigou com o vizinho por problemas de má conservação das cercas na divisa dos terrenos. O vizinho procurou a polícia e contou o segredo: o cidadão havia construído um túnel até uma mata próxima, onde tinha construído um barracão e mantinha selas e cavalos. Ao perceber a aproximação da polícia abria o fundo falso no assoalho, fechava e entrava no túnel, saindo tranquilamente dentro da mata. Depois que o vizinho passou o segredo para a polícia foi recebido na saída do túnel dentro da mata e preso.
Depoimento de Amauri Cysneiros do Amaral Em post anterior comentei sobre o recebimento de um e-mail de Amauri Cysneiros do Amaral e em minha resposta, solicitei um depoimento sobre sua família e ontem mesmo ele enviou. Amauri mora em Salvador(BA). Abaixo é publicado na integra: Estarei relatando a seguir o que conheço sobre minha família, antepassados mais próximos como pai, tios, avós, e bisavós, que de uma forma ou de outra passaram ou tiveram alguma ligação com Palma, Muriaé, Alvinópolis, enfim toda uma região de Minas, na Zona da Mata, práticamente invadida, no meu entendimento, por pernambucanos, Cysneiros e outros, em sua grande maioria, creio eu, bacharéis em Direito. Meu bisavô, Joaquim Theodoro Cysneiros de Albuquerque, pernambucano, teve 6 filhos, dentre êles minha avó paterna Emilia, Octavia, Mario (Coronel), Iaia e outros dois, cujos nomes permanecem desconhecidos. o Dr. Cysneiros como era conhecido, por algum motivo migrou para a Zona da Mata em MG e era Juiz na cidade de
A viagem a Aparecida do Norte O povo de Cisneiros, sempre no mês de julho, viajam em excursão para Aparecida do Norte para agradecer ou pagar alguma promessa. Isto já é tradição de muitos anos. E estas viagens sempre rendem boas histórias e fatos engraçados. Certo cisneirense abusou da comida no hotel e como não estava muito acostumado com o tempero, no dia da volta teve um diarréia. O ônibus partiu de volta a Cisneiros. Depois de rodar alguns quilômetros este cidadão já estava do lado do motorista olhando um lugar para fazer as necessidades. O ônibus roda e só asfalto nenhum sinal de posto de gasolina e ele vira para o motorista e diz: "ô prefeito caprichoso, não deixa nem uma moitinha". E sem contar aqueles que compram um monte de bugingangas e depois no meio do caminho descobrem que foram enganados.
A fuga da família de João Justo Após o assassinato do coronel Firmo de Araújo houve perseguição a seus parentes e João Rodrigues Soares Justo já viúvo estava de casamento marcado com Amélia. Diante do fato fugiram para Juiz de Fora e conta Dona Turca sua neta que na viagem a família parou em um restaurante para almoçar. Como não tinham este hábito, comeram pouco para a conta não ser alta. O garçom percebendo que eles não estavam acostumados em viajar e deviam ainda estarem famintos, avisou: "se comerem ou não a conta vai ser a mesma". E não sobrou nada na mesa.
E-mail de Amauri Cysneiros do Amaral Acabo de receber um e-mail de Amauri Cysneiros do Amaral, novo membro da comunidade "Eu amo Cisneiros" no orkut. Seu pai, Amador Cysneiros do Amaral nasceu em Palma em 1897. Muito gratificante este contato, já que é membro da família que fundou Cisneiros.
Terreno da igreja de Cisneiros Os terrenos onde foram construídas as casas em Itapiruçú pertenciam ao patrimônio, apesar de como citado no site de Nilza Cantoni, não ser localizada a documentação, ou seja o terreno em volta pertencia à igreja. Já a igreja Imaculada Conceição de Cisneiros constou de uma doação do major Antonio Guedes Pinto, conforme ata publicada neste blog. Procurei no livro de Notas do cartório de Cisneiros um documento que oficializava esta doação, mas nada encontrado.
Igreja de Itapiruçú A igreja de Itapiruçú. Foto de 2000. Em minhas pesquisas não consegui informações sobre a doação do terreno para construção desta igreja e nem dados sobre sua construção. Leia mais no site de Nilza Cantoni(escolha a opção do menu Itapirussu).
Estação de Cisneiros A estação de Cisneiros de frente A foto acima de 1986 mostra a estação já em estado de deteriorização. A casa onde ficavam os funcionários da manutenção da ferrovia, as portas e janelas quebradas. Até 1984, quando funcionou o trem de passageiros até Pádua, o trem vinha de Recreio parava nesta estação para os passageiros descerem ou embarcarem e depois o maquinista dava ré até do outro lado da Ponte Preta e seguia para Pádua. Do lado direito da foto o prédio que se vê, pertence a família Salum, onde na parte de baixo funcionou o comércio de secos e molhados do Sr. Jamil Jorge Salum e, a parte de cima sempre como residência.
A igreja de Cisneiros Em Cisneiros sempre tiveram pessoas à frente do trabalho de cuidar da igreja, principalmente na parte que se refere ao lado espiritual. Por muitos anos o Zeca Lima e Joaquim Pereira foram ministros da eucaristia, ajudando o padre nas missas e na ausência dele, celebravam o culto. A Dona Josélia Pires treinou e preparou muitas garotas para ensinarem o catecismo às crianças. A Ione Lima na parte dos cânticos e José Onofre Pereira tocava o órgão ou o violão. Hoje este trabalho continua ainda sendo feito e uma das pessoas de frente é Aparecida Neto. A reforma A igreja Imaculada Conceição passou por uma reforma recentemente e a inauguração aconteceu em 04 de junho com uma missa. Todo o piso, altar e pintura foram refeitos. O dinheiro angariado com cisneirenses presentes e ausentes, tendo destacado na comissão: Aparecida Neto, Ione Lima e Namir Gonçalves. Esta reforma causou polêmica por alguns posts na comunidade "Eu amo Cisneiros", no orkut em que criticava-
Congelação de Leite Existiu por muitos anos e o prédio hoje está abandonado e fica próximo a casa do Lucinho, vizinho daquele córrego que vem da fazenda Floresta. Onde trabalhou por muitos anos Jaci Azevedo, marido da Ercília. Naquela época o sítio ou fazenda que não possuiam congelador levava o leite produzido à tarde. No dia seguinte o leite congelado era transportado para Palma ou Miracema em caminhão. E naquele início de anos 80, onde o transporte coletivo era muito precário, muitas pessoas utilizam estes caminhões para fazerem sua viagem. Atualmente existe um depósito que fica na rua Coronel Costa Mattos e o transporte agora é feito por meio de caminhão-tanque.
Máquina de beneficiar arroz No post "Fotos de Cisneiros de 1986" têm a foto da máquina de arroz do Olinto Igreja. Tinha também a máquina do José Vitório e em Itapiruçú a de Geraldo Simões. Na década de 70 e 80, no município de Palma existiam plantações de arroz e cultivado em várzeas necessitando de muita água e em alguns lugares, existia irrigação. Os agricultores vendiam a maior parte da produção para Laranjal e também comerciantes de Cisneiros e Itapiruçú. E para descascar o arroz, os agricultores utilizavam estas máquinas e o pagamento normalmente era feito com uma parte do produto.
Depoimentos Para preservar a memória de Cisneiros, além deste blog a idéia é gravar em vídeo, depoimentos das pessoas mais velhas com suas lembranças e histórias. E também fazer entrevistas para continuar publicando o blog. Na entrevista realizada por Ana Clara Fagundes Finamore Frederic com Samuel José Pires Finamore e Walmy Finamore, eles lamentaram o falecimentos de pessoas como: Renato Sião, Wilson Finamore, Wilder Finamore entre outros que tinham muita coisa para contar.
Joaquim Batista Ferreira Da esquerda para direita: Joaquim Batista Ferreira, Maria Luzia de Souza Ferreira e Joaquim Ricardo Machado. Foto de 1981. A casa fica do outro lado da Ponte Preta e geograficamente pertence a Itapiruçú, sendo mais próxima de Cisneiros. Moram neste lugar desde que casaram por volta de 1950 e sempre trabalhando com pecuária leiteira e agricultura. Joaquim Batista conta que conseguiu comprar vários alqueires das terras vendendo limão galego em Recreio, indo à tarde pelo expresso, da estrada de ferro Leopoldina. Inclusive os trilhos desta ferrovia passam na frente desta casa da foto. Maria Luzia adora flores e como na foto pode-se ver o lindo jardim e além disso conhece bem como cultivá-las. A roda d'água, um ponto turístico dos cisneirenses, mandada instalar por Joaquim Batista por volta de 1976 para fazer a irrigação das plantações de arroz. A roda d'água foi construída em uma metalúrgica em Aperibé e transportada até aquele local pelo trem. A metalúrgi
Fotos de Cisneiros de 1986 Casa do Zoca, na rua Niterói, conhecido por Chalé e construído por João Rodrigues Soares Justo em 1890. Zoca teve uma banca de jogo de bicho bastante conhecida, por muitos anos. E com bem lembrou Ana Clara Fagundes Finamore Frederic, na parte de baixo funcionou como sala de aula. Estação de Cisneiros já demolida. Casa dos Pires, nesta época a residência de Josélia Pires. Esta casa foi demolida. Nota-se do lado direito da foto, acima da porta escrito "Casa dos Pires", quase apagado por várias mãos de tinta. Armazém da CASEMG. Na frente deste armazém ficava depositados materiais para manutenção da estrada de ferro tais como: trilhos, tubos, etc. Em 1979 as salas de aula da escola estadual "São José" funcionaram até que o novo prédio fosse construído. Anos depois, tinha uma quadra de vôlei. Máquina de beneficiar arroz de Olinto Igreja. As fotos acima foram tiradas numa velha máquina em preto e branco por Maurício Luiz Duarte com a idéia de
Sobre dinheiro e tesouros Em todo o mundo muitas pessoas alimentam o sonho de encontrar um tesouro e em Cisneiros aconteceu várias vezes e em diversas épocas. Pelos lados da Glória Mineira, anos atrás tentaram encontrar um panela cheio de ouro que havia sido enterrada por um fazendeiro muito rico. Muitas pessoas trabalharam meses e utilizaram até um curandeiro e mesmo assim nada encontraram. Próximo a Cisneiros, na estrada que vai para a fazenda Aliança, existe um túnel, onde tentaram achar pedras preciosas. Em Cisneiros, anos atrás, um descendente de italianos foi pedir um empréstimo a um fazendeiro e este respondeu que sim e queria o número da sua conta no banco. O italiano respondeu: "graças a deus não devo nada para o banco". Existia em Itapiruçú um pequeno sitiante bastante ávaro. Economizava de tudo e fazia conta até de centavos. E corria uma lenda de que este era muito rico e não confiava em bancos e sempre guardava seu dinheiro em casa. Quando ele emprestava dinheiro,
Viagens de trem Walmy Finamore conta que viajou muito nos trens da antiga Estrada de Ferro Leopoldina e que "as viagens eram barulhentas, tinha muita trepidação, poeira e nenhuma comida à bordo". Lembra da famosa penca de laranja Bahia que existia na estação de Angaturama. Escrito conforme entrevista com Samuel José Pires Finamore e Walmy Finamore, realizada por Ana Clara Fagundes Finamore Frederic
Renato Sião e os feijões Renato Sião frequentava muito a casa dos Finamore em Cisneiros, sendo muito amigo de Wilson e Weber. Gostavam de jogar baralho e para contar os pontos utilizavam feijões que tiravam de uma cumbuca. E sempre um engraçadinho colocava feijão cozido e quando iam pegar, sujavam as mãos e isto motivo de divertimento para as crianças. Contado por Ana Clara Fagundes Finamore Frederic
Cinema de Cisneiros Ari Mendonça(tio de Célia Mendonça, esposa de Filinho Finamore) abriu o cinema de Cisneiros em frente à máquina de arroz e como não apresentou lucro, queria fechar. Então Filinho Finamore, Zezinho Catraca e Olinto Igreja compraram o maquinário e passaram a usar uma sala emprestada, na casa de Antônio Josino Finamore. Mesmo assim continuou apresentando prejuízos e continuaram para não acabar com um dos poucos divertimentos dos cisneirenses. Rosalina Fagundes Finamore lembrou que tocava uma sirene, alertando a população que haveria exibição de filme. Certa vez, Antônio Finamore perguntou para Agonia que filme seria exibido e ela respondeu: "Meia noite de amor" e este respondeu: "meia noite de amor é muito pouco, bom é a noite inteira". A projeção bastante precária, visto que não existia piso inclinado e quando um espectador levantava, sua cabeça projetava na tela. Um cisneirense, assíduo frequentador, quando coçava a cabeça, seu cabelos eriçavam e
Parecem patos Certa vez, aconteceu um casamento às pressas, realizado por Antônio Josino Finamore, juiz de paz e Arthur Aarão, escrivão. Arthur Aarão, muito irônico, perguntou ao noivo: - Onde foi a primeira vez? - Na mina d'água. - E a segunda vez? - perguntou Aarão. - Na beira do rio - respondeu o noivo. - Parecem patos só procuram a beira d'água - conclui Arthur Aarão. Escrito conforme entrevista com Samuel José Pires Finamore e Walmy Finamore, realizada por Ana Clara Fagundes Finamore Frederic
Dona Agonia Alves Finamore Filha de José Affonso e Maria Izabel Alves Affonso, recebeu este nome por causa de uma santa portuguesa, Nossa Senhora da Agonia. A família possui uma imagem vinda de Portugal. Exerceu o cargo de agente dos correios que funcionava em sua casa. Grande leitora, incentivava muito a leitura, tanto que doava livros aos primeiros alunos de cada turma da escola de Cisneiros e Walmy Finamore foi um dos contemplados. E nome de todos os seus filhos começavam com W: Wilson, Wilder, Walter, Wantuil, Wanilton, Wanuzzi, Weber, Walmy, Wesley, Wanylde e Weiler. Escrito conforme entrevista com Samuel José Pires Finamore e Walmy Finamore, realizada por Ana Clara Fagundes Finamore Frederic
Antônio Josino Finamore Nasceu e passou toda sua vida em Cisneiros, onde teve negociou com café e depois teve um comércio de secos e molhados. E com seu filho Walter teve uma máquina de beneficiar arroz, onde aposentou-se. Em sociedade com Palidó Panza foi proprietário da fazenda Baraúna, mas que muitos conheciam por Braúna. Depois lidou com arroz, em associação com Weber e Wilder. Exerceu o cargo de juiz de paz até completar 75 anos de idade, um cargo sem remuneração. Escrito conforme entrevista com Samuel José Pires Finamore e Walmy Finamore, realizada por Ana Clara Fagundes Finamore Frederic
A campanha Filinho para prefeito Filinho Finamore pela oposição, disputou a eleição para prefeito de Palma contra Zequinha Roldão. Zequinha tinha apoio de seu pai Roldão de Freitas, antigo chefe político e como maioria dos eleitores ficava em Palma e com o uso da máquina, venceu as eleições. E dias antes do pleito, espalharam o boato de que Filinho Finamore sendo rico, não gostava de negros e depois de abraçá-los, usava perfume francês. E Filinho jamais foi racista, era o vale-tudo de campanha política. O irmão de Filinho, Weber Finamore, exerceu o cargo de vereador e presidente da câmara em Palma e advogou para a prefeitura por muitos anos. Anos depois, Vinicius Finamore elegeu-se prefeito, realizando o grande sonho de seu pai. Escrito conforme entrevista com Samuel José Pires Finamore e Walmy Finamore, realizada por Ana Clara Fagundes Finamore Frederic
Bodas de prata de João Rodrigues e Maria José De pé da esquerda para direita: Firmino, Jair, Ivair, Dora(nora), Henrique, Sebastião(genro), Maria Rita, Mariza, Lourdes e Nilza. Sentados: ao centro o casal ( João Rodrigues e Maria José ) com seus pais ao lado. Sentadas as crianças: João Luiz, Geni e Fátima. A foto acima é das bodas de prata do João Rodrigues Ferreira e Maria José Novaes Ferreira em 19/07/1966. Ivair Rodrigues Ferreira conhece muitas histórias engraçadas da família Batista Ferreira e quando as lembrar, vou escrever aqui no blog. Henrique Ferreira, quando Tancredo Neves foi governador de Minas Gerais, chegou a diretor do BEMGE. João Luiz, quando garoto e adolescente ajudava na venda da Dona Maria José em Cisneiros, que ficava próximo da hoje Praça Antonio Finamore. Ivair Rodrigues Ferreira sempre trabalhou com caminhão e por muito tempo transportou leite de Cisneiros para Palma e, depois mudando para transporte de carga seca, principalmente de São Paulo para o Nordeste. N
A marcas de tabaco da Wilder Finamore O tabaco para cachimbo Cisne Branco, elaborado por Filinho Finamore, existem versões para a escolha deste nome. Segundo Samuel José Pires Finamore,é uma homenagem a Cisneiros, mas sem vincular o produto a localidade por ser pouco conhecida no mercado nacional e por causa de existir um navio escola da marinha com o nome de Cisne Branco(em funcionamento até hoje). Walmy Finamore afirma que isto é correto, mas também foi em homenagem a mães deles, Dona Agonia Alves Finamore, que gostava de cisnes e gansos. As marcas Irlandez e Mistura Extra vieram de Astolfo Dutra, onde Filinho e Plínio Linhares tinham uma fábrica de cigarros e fumo para cachimbo. Na separação da sociedade, Filinho ficou com a parte de fumos para cachimbo. Uma pequena parte do fumo utilizado na fábrica era produzido em sua fazenda e a maior parte, importada do sul do país e zona da mata mineira. Escrito conforme entrevista com Samuel José Pires Finamore e Walmy Finamore, realizada por
Cisneirenses na FEB Dois cisneirenses lutaram na Itália fazendo parte da FEB: Henrique Barandier dos Santos e José Moreira. Dona Rosalina Maria Rola Fagundes Finamore lembra da partida dos dois no trem e na volta houve uma festa de recepção com bandeiras e os sinos da igreja e estação tocando, anunciando o fim da Segunda Guerra Mundial. E que para o povo cisneirenses, eles foram heróis. Colaboração de Ana Clara Fagundes Finamore Frederic
Dona Porcênia Ragone Leite Dona Porcênia é lembrada também, por ter sido exímia pianista e sempre tocava nos bailes. Muito católica. E considerada a moça mais bonita da região, naquela época. E adorava ter os netos e sobrinhos por perto. Obrigada a casar-se com o major Firmo Ferreira Leite e o fez por medo, mas que este foi um ótimo marido. E mesmo tendo ficado viúva, com marido assassinado, filhos pequeno, grávida de três meses e ainda com a maioria de suas terras vendidas e ingênua nestes assuntos, deu a volta por cima, construindo uma linda família e um bela história de vida. Escrito conforme informações de Érica Fagundes
Amar Cisneiros O cisneirense depois de um tempo fora, ao voltar têm a impressão de que o lugar encolheu, as ruas curtas e as casas mais velhas e, acredito que isto ocorre com todos. Mas o que faz com que muitos amem esta terra maravilhosa? É o seu jeito bucólico, a tranquilidade, o ar puro. Em uma cidade grande a pessoa perde a identidade, quanto em Cisneiros, todos são conhecidos e sabe-se a sua origem, a família, o que faz, entre outras coisas. A comunidade "Eu amo Cisneiros" conta atualmente com 120 membros e tendo em vista que a população é por volta de 800, chega-se a conclusão de muita gente ama e continua tendo um carinho muito grande por esta terra.
A leitura em Palma Como em todo o país o hábito da leitura não muito cultivado. Em Palma as maiores bibliotecas são da prefeitura e a escola estudal Ártur Bernardes. E bibliotecas particulares quase não se tem notícia, um ou outro, a maioria professores possuem uma coleção de livros. O jornal impresso que chega a Palma sempre foi "O Globo" do Rio de Janeiro e assim mesmo, vende-se poucos exemplares. O mesmo ocorre em Cisneiros e Itapiruçú.