Depoimento de Amauri Cysneiros do Amaral

Em post anterior comentei sobre o recebimento de um e-mail de Amauri Cysneiros do Amaral e em minha resposta, solicitei um depoimento sobre sua família e ontem mesmo ele enviou. Amauri mora em Salvador(BA). Abaixo é publicado na integra:

Estarei relatando a seguir o que conheço sobre minha família, antepassados mais próximos como pai, tios, avós, e bisavós, que de uma forma ou de outra passaram ou tiveram alguma ligação com Palma, Muriaé, Alvinópolis, enfim toda uma região de Minas, na Zona da Mata, práticamente invadida, no meu entendimento, por pernambucanos, Cysneiros e outros, em sua grande maioria, creio eu, bacharéis em Direito. Meu bisavô, Joaquim Theodoro Cysneiros de Albuquerque, pernambucano, teve 6 filhos, dentre êles minha avó paterna Emilia, Octavia, Mario (Coronel), Iaia e outros dois, cujos nomes permanecem desconhecidos. o Dr. Cysneiros como era conhecido, por algum motivo migrou para a Zona da Mata em MG e era Juiz na cidade de Muriaé já no ano de 1894. Sabemos disso porque um dos meus tios, Jaime, irmão de meu pai, nasceu em Muriaé em 1894. Minha avó Emília, uma das filhas do Dr. Cysneiros, além de Jaime, teve mais dois filhos de seu casamento com Luiz Francisco do Amaral, outro advogado pernambucano, Aloizio, o primogênito, natural do Recife e meu pai Amador, o caçula e já nascido em Palma, MG no ano de 1897. Deduzimos que em algum momento anterior a 1894 minha avó e meu avô mudaram-se do Recife para a Zona da Mata. Meu avô, Luiz Francisco do Amaral, provávelmente por influência do sogro, na época Juiz em Muriaé, obteve alguma posição ou cargo em Palma e por isso lá nasceu meu pai. Por ironia do destino Luiz Francisco faleceu poucos meses antes do nascimento de meu pai e acreditamos que minha avó, viúva e com 3 filhos tenha ido morar com seu pai em Muriaé, mudando-se depois de volta para Recife, onde contraiu novo matrimônio e novamente com outro advogado, João Nunes de Moura Soares. Esse Dr. João Nunes de Moura Soares, segundo marido de minha avó Emilia, em abril de 1896, estava, trabalhava ou residia em Alvinópolis, MG. Dr. Moura era natural do Rio Grande do Norte, formado em 1894 também no Recife, e teria ido para Minas por influência ou deferência do Dr. Francisco Sá, na época Secretário de Agricultura, Comércio e Obras Públicas, portanto membro do Governo de Minas Gerais. Tudo leva a crer que meu bisavô, Joaquim Theodoro foi quem se deslocou de Pernambuco para o sul em primeiro lugar e foi quem de certa forma provocou e estimulou até, a vinda de outros membros da família posteriormente. Nascido em Pernambuco em 1836, formou-se em Direito na famosa Escola de Direito do Recife em 1857, vindo a falecer, provavelmente no sul em 1914. Em 1896, como já disse, era Juiz no município ou comarca de Muriaé, MG, onde nasceu meu Tio Jaime. Além disso o velho Joaquim Theodoro Cysneiros de Albuquerque deve ter mexido os pausinhos para deslocar o genro, Luiz Francisco do Amaral, meu avô, para Minas, pois meu pai nasceu em Palma. Uma outra filha sua, Octavia, casou-se com outro advogado, João de Souza Vianna e radicou-se no Rio de Janeiro. Outro filho do Dr. Cysneiros, Mario era coronel e sabemos que residia em Pomba, MG, em 1907. Essa pessoa, o Coronel Mario Cysneiros, irmão de minha avó Emília, era casado com Elvira e pai de duas moças. As duas, Maria Helena e Marina, faleceram de tuberculose, provàvelmente na cidade de Vassouras, sem deixar descendência. Caro Joaquim, desculpe ter me prolongado tanto com informações que talvez não lhe interessem mas são as que possuo e com esses fragmentos estou tentanto recuperar a identidade dessas pessoas e correlacioná-las no contexto familiar. Tenho esperança de algum dia poder refazer a história desses antepassados de forma mais correta.

O depoimento acima trouxe muitas informações interessantes e é assim mesmo como o Amauri escreveu, para recontar esta história é preciso ir reunindo fragmentos. É que estamos fazendo com este blog, reunindo a cada dia, pedacinhos e aos poucos escrevendo a história de Cisneiros e de seu povo.
No final é citado o Coronel Mario Cysneiros, casado com Elvira, filha do Dr. Bernardo Cysneiro e o registro de seu casamento é publicado aqui no blog.
Obrigado Amauri pela sua valiosa colaboração.

Comentários

Consta do acervo de fotografias do Memorial Municipal de Muriaé uma fotografia do Amador Cysneiro do Amaral ainda criança, em 1903, brincando com vestimentas de adulto, em pé dentro de um escritório. Consta também quase uma dezena de livros de sua autoria.
João Carlos Pereira Vargas disse…
Temos também uma foto dos alunos do Colégio São Vicente de Paulo onde aparece o menino Jayme Cysneiros

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