Ilha do Jorge, em dezembro de 1988
Uma figura muita conhecida em Cisneiros pela sua excentricidade de morar por quase toda sua vida em uma ilha e por sua conversa ser ouvida a quilômetros.
Nos últimos tempos lia mais livros de auto-ajuda e exotéricos.
Depois que aposentou passou a ir a Palma uma vez por mês e na volta passava em Cisneiros onde fazia compras e mesmo sendo adepto da vida natural, levava muitos enlatados.
Ao encontrar com pessoas amigas, próximas a sua idade, dizia do seu jeito que a pessoa estava velha e acabada e ele, jovem, esbanjando saúde. Voltava à pé pela estrada a beira do rio Pomba e sempre parava na fazenda Aliança e ficava conversando por horas com o senhor Zeca Lima e empregados.
Muitos que visitam sua ilha ficavam impressionados com a familiaridade que tinha com os bichos e dizia que isto era porque ele os respeitava, coisa que outros não faziam. Contam que uma vez ficou chorando ao descobrir que uma cobra limpa-mato havia morrido.
Na ilha, morava em uma barraca feita rusticamente com trocos, onde cabia somente sua cama e seu rádio, e coberta de lona plástica preta.
Apesar de ter uma boa cultura e se expressar bem, não deixou nada escrito.
Este é o terceiro post sobre Jorge da Ilha, mas sua história de vida, tem assunto para um livro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário