terça-feira, julho 04, 2006

Alfredinho

Alfredinho naquela região da Braúna impunha respeito e isto pelo fato de ser curandeiro. Negro, andava sempre bem vestido de paletó e andava em bons cavalos. Corria a lenda que tinha o corpo fechado. Sempre arrumava confusão em festas e bailes e sua presença nunca era bem-vinda.
Lá pelos anos 40, ouvia-se de longe as mazurcas e polcas. O baile estava acontecendo na casa do Sr.Oliveira, todos brancos. Alfredinho chegou com seu jeito imponente e bateu. Foi atendido pelo dono da casa e pediu para participar do baile e este assentiu, desde que o negro não arrumasse confusão.
O baile acontecia e o tocador com sua harmonica emendava uma música na outra. Alfredinho dançou com algumas damas. Em determinado momento convidou a sobrinha do dono da casa para uma valsa e esta o recusou. O negro ficou furioso e começou a gritar, xingar e derespeitar as pessoas e dama correu e trancou-se em seu quarto. Alfredinho foi atrás e vendo a porta trancada passou a chutar e gritar para que ela abrisse pois dama no salão não poderia recusar a dança.
Sr. Oliveira pediu com a maior calma que o negro reconsiderasse sua atitude e este instransigente dizia que a dama seria arrastada ao salão para dançar com ele.
Neste momento, o Sr. Oliveira, gritou para os presentes pegaram aquele negro pois estava atrevido demais. Alfredinho vendo em desvantagem correu para a varanda e de lá saltou. Correu, pegou seu cavalo e partiu em disparada.
Vários presentes foram atrás armados e vendo que Alfredinho não parava diante de seus gritos, passaram a atirar. Ao passar por cima do pontilhão é alvejado e cai do cavalo.
Alfredinho morreu e abrirem sua camisa, por dentro todo forrado de papel com orações pedindo proteção para fechar seu corpo.

Os personagens são fictícios, mas este fato aconteceu em Cisneiros.

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