Saudades de meu rincão Henrique Barandier dos Santos 1 Por vezes, mirando o azul do infinito, Onde a vista já não mais alcança, Meu pensamento, na amplidão, aflito, Busca CISNEIROS em sutil lembrança. 2 Ao destino certo, com volúpia intensa, A minha vila volvo a contemplar, Sorvendo os dias de alegria imensa Da terna infância volto a recordar. 3 Baixa o sol, morre lá no horizonte, Longe angustiada alma voa.... Revejo minha aldeia num instante, Revivendo a dor que me magoa. 4 Sinto-me quedo, minha alma pungida Pela saudade voraz, cruciante. Sou qual a triste juriti perdida, De meu tão nobre Cisneiros distante.... 5 Se choro, dizem, ao cair da tarde, As lágrimas quentes aos olhos não vão, Arde‑me o peito em ansiedade, Rolam‑me as gotas diretas ao coração 6 Meus suspiros são ecos, são gemidos Que o âmago ardente exala, De cruel nostalgia exauridos Da angustia que em meu ser se cala. 7 CISNEIROS, as doces imagens tuas Rememoro febril em meu degredo, Até as sujas poeiras das ruas Me seduz,