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Correio da Palma

Em posts anteriores este jornal já foi citado e, achava que não tinha ficado nenhuma cópia, mas esta semana para minha surpresa achei no Arquivo Público Mineiro três edições. 

Este jornal foi fundado pelo Dr. Astolfo Vieira de Rezende, advogado de Cataguases(MG).

O jornal tinha uma seção com o nome de "Escrinio Litterario" e na edição 11 de 13/03/1898 foi publicado dois poemas: 

Nel mezzo del cammia

Longe dos olhos teus, exilado e perdido, 
na verde selva umbrosa, em meio á solidão, 
como ter o rumor dos teus passos no ouvido, 
e o teu beijo a fladar sobre o meu coração?!

Como sentir o aroma do teu labio querido 
no extase mais doce e na mais doce união, 
si o espaço que me cerca é quasi indefinido
e eu nem posso lembrar nossa separação?! 

Aqui, para matar-me a saudade vehemente, 
bastaria-me ouvir teu nome unicamente, 
para a vida sorrir-me entre sonhos de amor... 

E ai nem falam-me d'elle os passáros selvagens, 
voando pelo recorde escuro das folhagens, 
ora de galho em galho e ora de flor em flor... 

Demosthens de Olinda 

O outro poema: 

Confidenciando 

Dizer quizera o que o meu peito sente, 
O que a alma soffre e o coração murmura, 
Tudo o que póde destruir d'um crente
O seu bello ideal, sua fé mais pura. 

Mas não! eu soffro e o calix d'amargura, 
Que á longos tragos eu servi tremente, 
Me envolvem n'uma noute eterna escura, 
Como se o mundo me ficasse ausente. 

Mas ... a alma tenho já resignada 
Insensivel á dor, ao sofrimento 
A's ilusões do mundo abandonada. 

Que eu sempre a veja e o meu olhar não minta 
Que eu possa salvar do esquecimento 
Inda um vislumbre de alegria extincta. 

M.Cisneiros 
 

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