João Rodrigues Soares Justo



Foto da família Soarea Justo, tirada em Cisneiros(MG), por volta de 1890.

Nasceu em Laranjal(MG) por volta de 1865. Genro de João Batista dos Reis, casou-se com Belarmina aproximadamente em 1882 em Vista Alegre, próximo a Leopoldina. Tiveram os seguintes filhos: Maria (registrada com este nome, mas batizada Oscarina), Manoel (nasceu morto), Maria Paulina, Antenor(Nenen), Breno, Zumira, Madalena e João Elias.


Vieram morar em Cisneiros, quando as primeiras casas deste povoado estavam sendo construídas. Participou da fundação, sendo o responsável pelo construção do cemitério. E a primeira pessoa que foi enterrada neste cemitério foi seu filho Manoel, que nasceu morto.


Construiu um Chalé na hoje Rua Niterói, as margens do Ribeirão Capivara, onde instalou casa de comércio de secos e molhados (este Chalé ainda existe e pertence ao Zoca). Bastante instruído, tornou-se também um ferrenho republicano. Após a proclamação da República elegeu-se vereador, apoiado pelo Cel. Firmo de Araújo, chefe político de Palma. Também foi delegado de polícia e teve as patentes de coronel e capitão, na época da República, vendidas a pessoas influentes. Na época, João Justo gostava de jogar baralho com Nélio Barbosa e Alfredo Barbosa, no hotel que ficava em frente a Estação Ferroviária. Os dois parceiros da jogativa eram racistas e ficavam escandalizados por João Justo permitir que negros sentassem à sua mesa.


Em 1898 devido a crise financeira do país, o comerciante João Rodrigues Soares Justo faliu. No Cartório de Registro Civil de Cisneiros, consta parte do processo de falência. Interessante são os ofícios requerendo que Augusto d'Oliveira, síndico e depositário da massa falida, devolvesse uma porta do interior do negócio, uma cama de ferro, tamboretes e outros objetos.

Mudaram de Cisneiros para uma propriedade entre Laranjal e Aracati. Belarmina adoeceu. Tratada pelo Dr. Bernardo Cysneiro da Costa Reis, médico famoso na região, que disse a João Justo que sua esposa estava curada ao que este, respondeu: "Queira Deus, doutor Bernardo". Um preto, chamado Leonardo, criado da casa, ironizou: "Antes do Dr. Bernardo chegar a Estação de Aracati, ela já morreu". Recomendada a comer carne de cabrito, ao almoçar com os filhos, disse: "É meus filhos, hoje estou aqui almoçando com vocês. Amanhã estarei sendo velada nesta sala". Parece que ela sabia. No dia seguinte faleceu com apenas 25 anos de idade.


Viúvo, João Batista dos Reis, resolveu casar João Justo com Alcendina Paulina, irmã de sua primeira esposa. Alcendia era casada com um tal de Vitalino, que moreu afogado em um açude. Para realizar o casamento foi necessário uma licença especial da Diocese de Mariana que custou na época a quantia de 200$000 (duzentos réis). Deste casamento nasceu um filho, Fernando, falecido em 10 de setembro de 1937, na cidade de Muriaé.


Ficou viúvo novamente e, como era compadre do Cel. Firmo de Araújo, tratou casamento com a filha deste, Amélia Araújo. O casamento realizado no Rio de Janeiro em 1912, depois que Firmo foi assassinado. João Justo teve de fugir porque o Grupo da Morte queria eliminar todos os familiares e aliados do coronel. Por volta de 1913, consta no Cartório que um procurador de Juiz de Fora veio a Cisneiros, vender todas as suas propriedades, visto que o Grupo da Morte ainda fazia vítimas. Do casamento com Amélia nasceram os seguintes filhos: Clélia, Inaolinda, Clóvis e Hasenclever. Mudou-se para Pará de Minas onde exerceu a profissão de professor e escriturário na estrada de ferro. Faleceu no dia 17 de julho de 1944, com setenta e nove anos de idade.

Comentários

Unknown disse…
Oi, boa noite!! O nome de um dos filhos de João Justo e Da. Amélia está errado, é meu avô, Hasenclever Araújo Justo.
Yuri, já fiz a correção. Teria como entrar em contato por e-mail: joaquimricardomachado@hotmail.com com o objetivo de enriquecer o artigo com os demais descendentes de João Justo.

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