As lembranças
A história de um povo é feita com o que fica registrado nas pedras, papéis e mais ainda, na memória das pessoas, as suas lembranças. Embora a nossa memória seja falível, também como os registros, a riqueza de detalhes, as ligações, faz com que este estudo seja fascinante e emocionante.
Um hábito antigo que estamos perdendo nesta época de tecnologia é o de contar histórias. Todos nós, quando crianças e acho que todas as crianças adoram ouvi-las. É uma maneira de sairmos do nosso dia-a-dia, afastar um pouco de nossos problemas e viajar num mundo fascinante de aventuras e medos. Os fantasmas, a mula-sem-cabeça, os heroísmos de nossos antepassados. E a criança fica ali, como que hipnotizada. Sempre é mais interessante ouvir do que contar histórias.
E nossos avós, pela experiência de vida, são os mais interessantes de se ouvir os relatos. Coisas de um tempo que não existe mais. Ainda lembro, um de meus avôs contando da época de criança, os banhos nas cachoeiras, o trabalho no engenho de rapadura. As surras. A escola onde não existia caderno, para fazer exercícios, usava-se uma tabuinha. Os medos dos irmãos dos fantasmas, pensavam que as pessoas mortas voltavam para assustá-los.
E contar e ouvir histórias, além de um bom passatempo, lança luzes sobre um passado e dá-nos uma idéia do que pode acontecer no futuro.
terça-feira, outubro 03, 2006
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2 comentários:
Excelente post, Joaquim. A tradição oral vai se perdendo. É cada vez mais raro a gente ver crianças embevecidas, ouvindo as histórias de família, os "causos", as anedotas. Não são apenas elas que perderam o interesse de ouvir: os adultos perderam a vontade de contar. E assim vão se desfazendo os laços que nos uniam aos nossos antepassados. Daqui a pouco eles serão apenas um retrato amarelado num álbum. E nem vai doer mais.
Sidney Eduardo,
muito bom seu comentário. Acrescento que a criança ouvindo histórias ficam mais criativas e no futuro, poderão ser bons contadores.
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