O roubo das espigas de milho
Um pequeno sitiante de Cisneiros vivia tranqüilo. Plantava milho e cuidava de umas vaquinhas.
Era novembro. Á noite, sentados à beira do fogão de lenha, conversava com seus dois camaradas, a esposa do sitiante aproximou-se e deu ordem para irem ao sítio do vizinho e roubarem espigas de milho para ela fazer uma papa, aquele saboroso mingau de milho verde.
“Vocês ainda tomam um tiro”, alertou o sitiante aos camaradas. Eles seguiram as ordens da patroa. Caminhavam naquela noite escura. Pensavam somente em saborear a papa quentinha e com canela.
Minuto depois voltaram carregando sacos de milho verde. Na cozinha cortaram e descascaram as espigas.
A papa ficou pronta e todos eles, até mesmo o sitiante saborearam a deliciosa papa.
Então chegou a época da colheita. O sitiante e seus camaradas, cada um com um balaio começaram a colher o milho. Em determinado trecho da roça só encontravam os pés de milho, sem nenhuma espiga. O sitiante ficou desesperado e começou a xingar: “ladrões, roubaram meu milho”. Os camaradas ouviam quietos. Ele continuou xingando até que um dos camaradas aproximou-se e disse de cabeça baixa: “Sua mulher mandava a gente roubar milho verde, mas gente com medo pegava na roça do senhor”.
Esta história é real.
segunda-feira, junho 19, 2006
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